Sociedade
Bombarral homenageia escultora Maria Barreira com mural
Natural de Lisboa, a artista, que fez parte do movimento neo-realista e que faleceu em 2010, doou o seu espólio ao município do Bombarral.
Foi pelas mãos e pela criatividade dos alunos do 12.º ano do Curso de Artes Visuais do Agrupamento de Escolas Fernão do Pó que a vila do Bombarral prestou homenagem à escultura Maria Barreira, nascida em Lisboa, mas que doou o seu espólio a este município. O legado da artista, falecida em 2010, encontra-se agora interpretado num mural, elaborado pelos estudantes no muro da Mata Municipal.
Neste trabalho de arte urbana, realizado sob a coordenação da professora Paula Rito, “podemos observar não só a figura da mulher – muito representada nas esculturas de Maria Barreira – maternidades e nazarenas”, refere uma nota de imprensa da câmara.
Segundo a vereadora da Cultura, Fátima Coelho, pretende-se que “este seja um ponto de partida para todos aqueles que visitam o concelho” e que, depois de observarem o mural, possam continuar a explorar a sua história e a obra da artista no Museu Municipal.
O mural “Maria Barreira” vem juntar-se a outros, já existente no concelho, produzidos no âmbito do projecto APALAVRARTES, aprovado pelo Plano Nacional de Leitura no âmbito do Movimento 14-20 a Ler e do Projeto Cultural de Escola.
Que foi Maria Barreira?
Nascida em Lisboa, em 1914, Maria Barreira ingressou no curso de Pintura da Escola de Belas-Artes de Lisboa, “mas logo no primeiro ano descobre a sua vocação, transitando para o Curso Superior de Escultura, que abandona temporariamente para se dedicar à causa política, integrando o MUD [Movimento de Unidade Democrática] e a Associação Feminina Portuguesa para a Paz”, pode ler-se no site do Museu do Neo-Realismo, onde a artista está representada em diversas colecções.
A sua acção de resistência à ditadura fez com que fosse proibida de leccionar no ensino oficial durante 16 anos, período durante o qual se dedicou-se exclusivamente à produção artística.
Além da escultura, dedicou-se ao desenho e ilustração, à cerâmica e à medalhística. Conciliou a sua actividade artística com o ensino, do qual se reforma em 1981, continuando a dedicar-se à arte quase até à data do seu falecimento, em 2010.
O seu espólio e o do marido, o também escultor Vasco Pereira da Conceição, foram doados ao concelho do Bombarral, encontrado-se exposto no museu municipal.