Economia

“Amigo-surpresa”, a táctica para controlar despesas no Natal

24 dez 2022 12:00

Portugueses vão gastar em média 377 euros em compras nesta quadra

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Adiar ofertas até aos saldos é outra estratégia de poupança
Ricardo Graça/Arquivo
Daniela Franco Sousa

Refere a 14.ª edição do estudo Compras de Natal do Instituto Português de Administração de Marketing (IPAM), do Porto, que este ano os portugueses deverão gastar uma média de 377 euros em compras de Natal, menos 5,2% do que gastaram em 2021. O estudo indica ainda que 25,1% dos 480 indivíduos inquiridos não vão comprar presentes de Natal.

Ouvidas pelo JORNAL DE LEIRIA, algumas famílias adiantam que não tencionam alcançar de modo algum o valor médio apresentado pelo estudo, optando por estratégias que permitam confeccionar o jantar da Consoada e adquirir presentes para todos sem ter de despender tanto valor. Partilhar despesas da ceia e optar pela estratégia do “amigo-surpresa” são algumas das formas de economizar.

Joana Ribeiro, de Leiria, espera gastar bem menos dos que os 377 euros médios avançados pelo estudo do IPAM. Numa família alargada de 20 adultos e seis crianças, a opção é comprar presentes apenas para os mais novos. “E para que todos tenham o seu miminho, sorteia-se o ‘amigo- surpresa’, a quem se dá uma pequena lembrança.”

“Quanto ao jantar, cada um fica responsável por levar qualquer coisa, também para diminuir a despesa”, prossegue Joana. Como o grupo é sensivelmente o mesmo de anos anteriores, também já se percebem as quantidades necessárias, para não se desperdiçar comida, acrescenta ainda.

Na casa de Álvaro Pereira, de Leiria, também já só se compram presentes para os netos. Para os adultos, opta-se pelo “amigo-surpresa”, estabelecendo, à partida, um valor limite de 20 euros. “O Natal é para estarmos juntos, não é para prendas”, entende Álvaro Pereira.

Também nesta família se dividem as despesas da ceia. “E se precisamos de roupa, esperamos para comprar depois, em período de saldos”, remata.

“No contexto de instabilidade e alterações profundas vividas pelos consumidores, quisemos perceber as alterações de hábitos, tendo-se constatado que 55% dos consumidores afirmam ter alterado hábitos, concretamente, redução de custos com compras de Natal (42%), diminuição do número de pessoas para as quais compra prendas de Natal (34,3%)”, referem ainda os autores do documento do IPAM.