Economia
Alta fidelidade: o alemão para quem o som é uma espécie de big bang
Sound It propõe sistemas topo de gama e soluções à medida
Kai Schloesser, alemão com passado nos bastidores do cinema e da publicidade, coleccionador de cadeiras de autor, é a alma do espaço Sound It, um novo destino em Leiria para quem procura sistemas de alta fidelidade e o melhor som que o dinheiro consegue comprar.
No número 18 da Rua de Alcobaça tocam Chet Baker, Queen, Sade e Rickie Lee Jones, as paredes estão cobertas por cartazes de filmes antigos, o ambiente lembra uma galeria de arte ou ateliê de design e o proprietário dado a aforismos garante que não sobrevive um dia sem beleza e que tudo o que faz na vida, faz por amor.
Ali, como quem argumenta num debate até à última bala, defende-se a experiência de som omnidireccional e desprezam-se os altifalantes de som directo. Para Kai Schloesser, o ideal de som é uma espécie de big bang. Em combinação com gira-discos analógicos e amplificadores de válvulas, o objectivo é colocar o ouvinte dentro da música, como num espectáculo ao vivo, o mais perto possível da natureza de artistas como Nat King Cole ou Freddie Mercury. E com resultados satisfatórios em diferentes categorias de preço.
Não é apenas electrónica, é mesmo devoção e já vem de longe, das primeiras casas habitadas em Colónia, na Alemanha, nos anos 80. “Eu não tinha mobiliário, não tinha muita roupa para vestir, mas tinha o melhor sistema de som”, explica ao JORNAL DE LEIRIA. Em Portugal, é representante exclusivo das marcas Duevel, Lyric e Uno 12 Rui Borges Turntables e também revendedor das marcas Kuzma, Dynavox e Dual.
Mais do que um negócio, um serviço, vocacionado para todas as bolsas. Do entusiasta do vinil que exige o topo de gama ao adolescente que só ouve formatos digitais no telemóvel. A missão é orientar o cliente na floresta de inúmeras ofertas. E há soluções por medida desde 1.500 euros.
Depois, claro, também há aquilo de que os sonhos são feitos: equipamentos artesanais, construídos à mão sob encomenda, como criações de um costureiro famoso, e modelos únicos, de assinatura. Por exemplo, do português Rui Borges, nome obrigatório para qualquer audiófolo.
O som elevado ao estatuto de museu ou galeria por quem diz que a música e a arte o acompanham desde sempre e que imagina a Sound It a partir da ideia de ter uma loja com produtos que ele mesmo gosta, aprecia e compraria. O fruto de uma busca de 30 anos pela perfeição. O que desagua no cuidado dedicado à estética, que Kai Schloesser leva muito a sério – “quando se reduz o design à função nunca se vai compreender a beleza da vida” – e que coloca no espectro entre o modernismo clássico e o design industrial, especialmente evidente nos altifalantes que Annette e Markus Duevel desenvolvem em cooperação na Alemanha e que estão à venda na Sound It.