Alexandra Dengucho: "As cantigas, tal como os sonhos, também comandam a minha vida!"
Sociedade
Alexandra Dengucho: "As cantigas, tal como os sonhos, também comandam a minha vida!"
14 mai 2017 00:00
Música, desporto, tribunais e política na Impressão Digital desta semana.
Redacção
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Há quatro advogados e um estudante de Direito na família. Quando se juntam respeitam sempre o segredo de Justiça?
Quando nos juntamos, não há segredos, nem justiça! Há festa! E da rija! O meu pai e o meu tio viveram Coimbra com todo o espírito académico, isto é, com muita pujança. Espírito esse transmitido às respectivas filhas, pelo que é sempre assim que nos reencontramos.
O que lhe disse o seu pai quando a Alexandra decidiu seguir as pisadas dele?
Vens para Direito? Olha que isto, às vezes, é um bocado torto. Agora mais a sério: explicou-me que ser-se advogado é uma profissão muito nobre e que, sem advocacia, não há plena cidadania, não há Estado de Direito.
Como é que seria um Dengucho contra Dengucho em tribunal?
Uma Denguchada pegada! Algo que não poderia, nunca, suceder, por imperativos éticos.
Uma série de advogados que nunca perde na televisão.
Não vejo qualquer série desse género. A vida real chega-me! Sou advogada “de barra”, isto é, a minha vida passa-se nos tribunais, a pleitear, pelo que a realidade de todos os dias é muito mais rica que qualquer série televisiva.
Fez o curso em Coimbra e ajudou a fundar a primeira ala feminina da secção de fado da associação académica. Já era o gosto pela política a manifestar-se ou apenas uma desculpa para sair à noite?
É o eterno gosto pela igualdade de género! Não havia, nem nunca tinha havido, na secção de fado, um grupo estritamente feminino e nós achámos que já era hora de mudar essa situação. Em 1986 criámos essa “ala feminina” que teve muito sucesso, com actuação, inclusivé, na Queima das Fitas! Provámos que era possível alterar tradições muito antigas, mas pouco democráticas! Foi uma “pedrada no charco”, naquela altura.
Também passou pelo Orfeão Académico de Coimbra. Consigo a cantiga é mesmo uma arma?
As cantigas, tal como os sonhos, também comandam a minha vida. Toda a minha vida cantei. E, literalmente, usei a cantiga como uma arma, no sentido em que passava mensagens políticas a quem me escutava. Fiz parte do chamado Duo de Pé na Revolução que nos idos anos 79/80 fez várias campanhas políticas da APU por todo o distrito de Leiria.
Com quem é que gostaria de ensaiar um dueto, hoje em dia?
Duetava com qualquer pessoa! Não faço discriminações. Nós, os democratas, somos assim!
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