Economia
Abastecimento de leite fresco está em risco
Associação de produtores deixa o alerta
O alerta surge da APROLEP, Associação dos Produtores de Leite de Portugal. Devido aos sucessivos aumentos dos custos de produção, está em risco o abastecimento regular de leite fresco.
Em comunicado, a associação lembra que "tem vindo ao longo do ano a denunciar os sucessivos aumentos dos custos de produção sem correspondente aumento do preço de leite aos produtores" e que, apesar disso, continua "sem resposta por parte da indústria privada e cooperativa, das empresas de distribuição e do Governo".
"Anunciam-se novos aumentos dos custos da ração, da energia, dos adubos, de tudo o que temos de comprar para alimentar os animais e cultivar a terra. Os produtores estão a chegar a um desespero que não poderemos mais controlar. As sucessivas manifestações organizadas por associações e por grupos de produtores de forma espontânea são um reflexo dessa revolta, que deve motivar uma reflexão urgente de todos os responsáveis".
"Nesse sentido, a APROLEP solicitou com carácter de urgência reuniões com as associações representativas da indústria e da distribuição. Aproximamo-nos de um ponto de ruptura. Não havendo dinheiro para pagar aos fornecedores não haverá comida para os animais. Está em causa a sobrevivência dos produtores, funcionários e das suas famílias e de todas as empresas e cooperativas que fornecem os produtos e serviços necessários", salienta a associação, frisando que "está em risco o abastecimento regular de leite fresco de origem local aos consumidores".
"Estão à espera que os produtores vão à falência arrastando consigo toda a cadeia de produção? Querem que os portugueses passem a consumir produtos lácteos importados e leite em pó recombinado com água? Compreendemos o desespero e a revolta dos produtores face à ausência de respostas concretas", expõe a associação.
"Estamos solidários com todos os produtores de leite que fornecem cooperativas ou compradores privados. Lamentamos que até hoje os nossos apelos ao diálogo entre produção, indústria e distribuição, moderados pelo Governo, tenham sido ignorados. Quem deixar sem resposta os nossos apelos para encontrar rapidamente, através do diálogo, uma solução vai certamente ter de enfrentar uma revolta descontrolada cujas consequências não conseguimos prever", remata a mesma fonte.