Sociedade
54 minutos: Marrazes lança campanha contra a violência
Num vídeo de exactamente 54 segundos, os autores vão ter de se expressar sobre a violência contra as mulheres
São 54 minutos. Este é o tempo livre que cada mulher tem para si durante as 24 horas de um dia, de acordo com o estudo As mulheres em Portugal, hoje, realizado pela Fundação Francisco Manuel dos Santos.
Foi com base nesta conclusão que a União de Freguesias de Marrazes e Barosa, no concelho de Leiria, preparou uma campanha de promoção da prevenção da violência contra as mulheres e da violência doméstica, explica Catarina Dias, secretária da junta de Marrazes e responsável pelo projecto, que tem o apoio do Município de Leiria.
“O 54' tem como objectivos principais promover a minimização e eliminação de comportamentos violentos e de representações e estereótipos subjacentes à violência contra as mulheres e promover mudanças de atitudes e comportamentos com vista à valorização do respeito e igualdade”, adianta Catarina Dias.
Estando em harmonia com a Estratégia Nacional para a Igualdade e a Não Discriminação 2018- 2030 Portugal + Igual, este projecto “pretende contribuir como medida de resposta ao problema de prevalência de situações de violência nas relações de intimidade identificado no Diagnóstico Social do Concelho de Leiria”, e ao “significativo aumento de crimes de violência doméstica verificados pelas forças de segurança conforme registado pelo Conselho Municipal de Segurança”, revela a responsável.
A campanha, que sairá para as ruas na segunda semana de Outubro, é o resultado do repto lançado a 54 pessoas, colectivos e instituições do campo artístico (essencialmente, da área de abrangência da Rede Cultura 2027), da intervenção social e outros de destaque e relevo na comunidade.
Num vídeo de exactamente 54 segundos, os autores vão ter de se expressar sobre a violência contra as mulheres e/ou a violência doméstica. Estes vídeos passaram todos os dias, de forma ininterrupta, durante 54 dias.
“No âmbito do projecto, vamos também desenvolver acções de sensibilização dirigidas a crianças e jovens de escolas da nossa União das Freguesias e uma acção de formação dirigido a técnicos e comunidade”, conta.
Ao longo do mês, os cidadãos poderão ser surpreendidos com inesperadas acções e performances como forma de sensibilização para a problemática.