Opinião
18.mai’25: um domingo diferente
Domingo será o dia em que votaremos em nós, nas nossas famílias, amigos e todos os que conhecemos
O próximo domingo será um dia diferente. Vamos – esperemos que todos – exercer o nosso direito cívico de votar, conquista indelével da revolução de abril. Creio que desta feita não iremos tão-somente votar no Partido que cada um considera o seu desde sempre, ou naquele que possa parecer ir mais ao encontro das aspirações do modelo social que cada um considera ser aquele que mais se aproxima das suas aspirações.
Domingo será o dia em que votaremos em nós, nas nossas famílias, amigos e todos os que conhecemos e noutros tantos desconhecidos e iguais a nós. Estas eleições não serão tão-somente aquelas em que iremos eleger os deputados que nos representarão na Assembleia da República.
São eleições onde iremos decidir qual o caráter dos cidadãos que irão estar em deputados da República e, por via desse estado provisório e sujeito a escrutínio, irão ser uma amostra do Povo que queremos ser, do modo como sentimos e queremos que seja o nosso País, mas também a Europa e o resto do mundo.
Num tempo em que o discurso da barbárie, do ódio, da perseguição e aniquilamento de todos que são diferentes ou se atrevem a pensar diferente deles mesmos, é uma constante mil vezes repetida pela extrema-direita e por uns quantos seres execráveis, votar em qualquer partido que respeite a Democracia, o Estado de Direito e a nossa Constituição, é mais que um direito e um dever, é uma exigência de todos aqueles a quem sobre um pingo de decência, de empatia, de defesa intransigente dos mais elementares direitos humanos aqui e em qualquer parte do mundo.
Bom seria que tivéssemos a ousadia de nos indignar e mostrar a alguns dirigentes partidários deste País, que mais importante que as suas agendas eleitorais, sabemos reconhecer e sempre resistiremos contra a ameaça fascizante que se propaga por esse mundo além onde uns pouquíssimos massacram pelas armas, pela perseguição e pela miséria todos os que não têm a oportunidade de ter voz; que mais importantes que os seus arremedos de campanha, melhor seria que deixassem a guerrilha fratricida entre democratas e recordassem dia após dia o imperativo de esvaziar a narrativa dos arautos do medo, que mais não querem que impor a repressão e o totalitarismo.
18 de maio de 2025 não irá ser apenas mais um dia para votar. Será um domingo, quiçá o que nos resta, para derrotar a ameaça que representam todos aqueles que nos ameaçam, e eleger um punhado de mulheres e homens que nos representem e façam ouvir a sua voz em prol da dignidade humana onde todos temos lugar.
Texto escrito segundo as regras do Novo Acordo Ortográfico de 1990