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Vitrais do Mosteiro da Batalha são os mais antigos do País, mas faltam técnicos e dinheiro
O Centro de Conservação e Restauro do Vitral do Mosteiro da Batalha é único em Portugal, no entanto, a oficina está parada na maior parte do tempo. Especialista diz que o Estado precisa de fazer mais
Pioneiro na produção de vitrais em Portugal, há mais de 500 anos, o Mosteiro da Batalha é, na actualidade, a principal fonte de conhecimento sobre vitrais no País e alberga os mais antigos vitrais em território nacional, que datam do século XV.
A oficina do Centro de Conservação e Restauro do Vitral continua operacional e vai receber obras no contexto do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência, embora subaproveitada, por défice de orçamento e recursos humanos. O único conservador, Pedro Redol, acumula com a direcção do Centro de Informação e Documentação.
“Era importante que tivéssemos, pelo menos, um conservador restaurador de vitrais”, admite o especialista em História da Arte ao JORNAL DE LEIRIA. “Hoje em dia, a nível europeu, é impensável ter vitrais desta época [séculos XV e XVI, os mais antigos] sem protecções e nós só temos uma protecção que foi parte de uma experiência piloto que nem sequer foi acabada”.
A aguardar financiamento, existe um projecto de conservação e documentação dos vitrais da Sala do Capítulo e da abside da capela-mor da igreja, no valor de 210 mil euros, que seria a primeira intervenção nos vitrais do Mosteiro da Batalha desde 2008.
No monumento classificado pela Unesco como Património da Humanidade, segundo Pedro Redol, “as pré-existências estão relativamente bem conservadas”, por outro lado, “os vitrais antigos têm todos problemas, que não têm grande solução, a não ser melhorar o ambiente em que estão”.
Alguns, datados dos século XV e XVI, constituem “um problema mais específico, que tem de ser encarado e tratado, mas que está longe de se resolver”, na igreja, na Capela do Fundador e na sacristia.
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