Sociedade

Vacinação nos lares da região iniciada esta manhã em Porto de Mós

12 jan 2021 12:31

Utente da Misericórdia de Porto de Mós, Joaquim da Silva Matos foi o primeiro utente dos lares da área do Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral a receber a vacina contra a Covid-19. O seu caminho para a “liberdade”, como lhe chamou.

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Joaquim da Silva Matos, o primeiro utente a ser vacinado, acredita que este processo é um caminho para a "liberdade"
DR
Maria Anabela Silva

O processo de vacinação nos lares de idosos na área de abrangência do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Pinhal Litoral teve início, esta manhã, na Misericórdia de Porto de Mós, prosseguindo durante o dia de hoje na Unidade de Cuidados Continuados da irmandade e em mais duas instituições deste concelho.

Com 90 anos, completados este sábado, Joaquim da Silva Matos, foi o primeiro a ser vacinado e, ainda antes da chegada da equipa do ACES responsável pela vacinação, não escondia a ansiedade, mas, sobretudo, a felicidade pelo momento.

“É muito importante para termos um bocadinho de liberdade. A invenção da vacina era uma luz ao fundo do túnel. Agora que a vou tomar vejo uma luz a meio do túnel. A última dose será uma luz no cimo do túnel”, confessou o utente que, antes da pandemia, gostava de dar os seus passeios no exterior do lar.

Joaquim Matos nota que, “quem está acamado, não nota essa diferença”, mas para pessoas como ele, que “têm condições para sair”, não o poder fazer e ter de ficar fechado é “uma pressão”. “Toca-nos um bocadinho. Mas o sistema está assim e temos de aceitar. Hão-de vir dias melhores.”

E, para si, os dias melhores virão quando puder recuperar a rotina de sair e de dar pequenos passeios, uma rotina a que dá um nome: “liberdade”. “Era um homem que gostada de sair um bocado. Assim, [com a vacina] vamos ter um bocadinho de mais liberdade.”

Dina Pascoal, enfermeira que integra a equipa coordenadora da vacinação no ACES Pinhal Litoral, adianta que, esta terça-feira, serão vacinadas 217 pessoas, entre utentes e profissionais, desta Misericórdia e de dois outro lares do concelho, sendo que, nos próximos dias, o processo irá continuar.

Segundo a enfermeira, nesta fase serão vacinadas cerca de 700 pessoas em Porto de Mós, entre utentes e colaboradores de instituições. No ACES o levantamento ainda decorre, mas, tendo como referência os números da campanha de vacinação da gripe, a enfermeira admite que o processo em curso abranja “entre 5000 a 6000 mil pessoas”.

“Ansiávamos por este momento. É o caminho que se está a fazer para a liberdade. Ainda vão levar outra dose, mas a luz já começa a aparecer ao fundo do túnel. Não podemos privar estas pessoas de mais tempo sem o abraço da famílias, sem saírem, sem passearem, sem estarem em contacto com o que lhe é mais querido”, afirmou Paulo Carreira, provedor da Misericórdia de Porto de Mós.

Por seu lado, o presidente da Câmara, Jorge Vala, reconhece também a importância do momento, mas sublinha a necessidade de se manterem os cuidados e as medidas de protecção, numa fase em que, à semelhança do que acontece um pouco por todo o País, o concelho está em risco muito elevado de contágio.

“Não é a vacina que vai inverter essa situação. Tem de ser o civismo, a responsabilidade e atitude das pessoas a fazer como que se ultrapasse esta fase. A vacina é esperança, mas não pode fazer aliviar as medidas e as preocupações de cada um de nós”, defende o autarca.

 

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