Economia
Subida do custo com electricidade afecta competitividade das empresas
Os custos da energia eléctrica continuam a subir, afectando negativamente a competitividade das empresas da região. Para não subirem preços ao cliente, muitas acabam por esmagar as margens e sacrificar a rentabilidade
O preço da electriciade continua a registar aumentos, situação que está a preocupar os empresários. Em Maio, o preço grossista no mercado ibérico de electricidade disparou 29%, fazendo soar os alarmes em vários sectores, avança o Expresso.
“De facto, os custos com a energia têm subido. O aumento do preço da componente de energia eléctrica para média tensão registou, em 2018 face a 2017, aumentos acima dos 20% em particamente todos os sectores industriais”, confirma Jorge Santos.
O presidente da associação empresarial Nerlei, que há vários anos recebe queixas das empresas sobre esta matéria, afirma que “estes aumentos afectam negativamente a competitividade das empresas, que actuam num mercado cada vez mais global, onde têm de competir com empresas de países que têm preços de energia mais competitivos”.
Estas subidas nos preços da energia “aumentam os custos de produção das empresas que, ou os reflectem no preço ao cliente e perdem competitividade face à concorrência, ou esmagam as suas margens e sacrificam a sua rentabilidade”.
No caso da Vipex, empresa da Marinha Grande que se dedica ao desenvolvimento, engenharia, industrialização e fabrico de produtos ou componentes em termoplásticos, da qual Jorge Santos é director-geral, não se têm registado aumentos porque há um contrato ainda em vigor. “Mas acredito que na renovação essa questão se irá colocar. Já aderimos ao e-util [ver caixa] para minimizar o impacto desse aumento”, diz o gestor.
Na Prelis, fabricante de tijolos de Leiria, a energia eléctrica pesa 30% no total dos custos. Luís Ferreira lamenta o aumento de preços e frisa que os produtos que vende não os podem reflectir. “Torna-se cada vez mais complicado concorrer com produtos semelhantes de países com custos energéticos mais baixos e até com produtos alternativos”.
O empresário reconhece que é possível adoptar alternativas à electricidade, mas tal exige “investimentos significativos e conhecimento científico inovador”. No caso da Prelis, há uns anos que substituiu o gás natural por biocombustíveis, reduzindo assim a factura nesta área, o que lhe permitiu “acomodar os custos com a electricidade”. Caso contrário, “já não existiria”.
“Pagamos a energia muito cara, o que afecta a nossa competitividade”, diz igualmente Fernando Perpétua, sócio da cerâmica Perpétua, Pereira e Almeida, de Alcobaça, onde os custos com electricidade representam cerca de 5% do volume de negócios. Num almoço recente com o secretário de Estado da Internacionalização, na Nerlei, o empresário alertou precisamente para esta questão.
José Sequeira, secretário geral da Apicer, associação do sector cerâmico, lembra que a energia é uma “questão fulcral” para esta indústria e adianta que as empresas têm reportado aumentos de custos relacionados com a electricidade. Tanto nesta como no gás natural, “o que se verifica é que os preços continuam a subir”.
Paulo Valinha considera que a subida do preço da electricidade é um “problema que se tem agravado”. No caso da Tecfil, empresa produtora de fios e cordas da Marinha Grande, tem vindo a ser confrontada com aumentos. O empresário admite recear as alterações decorrentes da próxima renovação do contrato, já em 2019. “Estes aumentos limitam a competitividade das empresas. Numa época em que a concorrência é tão feroz, qualquer aumento de custos tem impacto
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