Desporto

Sócios do GRAP contestam extinção da equipa sénior. Futuro vai ser decidido na segunda-feira

4 set 2020 11:00

Assembleia-Geral decisiva marcada para eleger nova Direcção

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GRAP tropeçou, mas ainda não caiu
Ricardo Graça/Arquivo

Era domingo, dia de bola, mas as notícias veiculadas em nada favoreciam o desporto-rei. Na verdade, o comunicado assinado pelo presidente do Grupo Recreativo Amigos da Paz (GRAP) foi recebido com muita indignação.

Manuel da Ponte informava sócios e adeptos que iria “suspender a actividade” da sua equipa sénior de futebol, desistindo assim de participar no Campeonato de Portugal, precisamente na época de estreia do clube dos Pousos, Leiria, nas competições nacionais de futebol para “não pôr em causa” o futuro do emblema.

Os sócios não se deixaram ficar. Refilaram nas redes sociais, protestaram com a colocação de faixas no campo da Charneca e contestaram nas conversas de café. Não podiam admitir que as oito décadas de história foi postas em xeque dessa maneira. Que, todos juntos, podiam conseguir alcançar uma saída airosa para a situação.

Atento, o presidente da Mesa da Assembleia-Geral, Manuel Faria, resolveu marcar uma reunião magna extraordinária para quinta-feira, onde o futuro do emblema, sobretudo da equipa sénior, estava em jogo.

Manuel da Ponte demitiu-se e foi marcada uma nova Assembleia-Geral, para segunda-feira, onde deverá ser eleita uma comissão de gestão.

O início da história

Na base desta tomada de decisão de Manuel da Ponte esteve o facto de a “parceria económica” que levou à aceitação do convite de participar no Campeonato de Portugal estar comprometida.

“Fomos informados há cerca de três semanas pelo investidor da decisão unilateral de não cumprir o acordo caso os jogos fossem à porta fechada, devido a dificuldades na captação de publicidade, o que neste momento é uma realidade face às orientações da Direcção-Geral de Saúde”, fez saber o responsável.

Afirmou ainda ter sido impossível “elaborar um plano de reestruturação e angariar apoios financeiros para ajudar a suportar as verbas necessárias e manter a actividade da equipa sénior”.

Ora, o investidor, em entrevista ao site O Derbie, manifestou-se surpreendido com esta decisão.

“Tenho uma parceira com o clube, comprei a publicidade do estádio e da camisola, e se não houver público não posso avançar, mas ainda ninguém sabe se vai haver público”, sublinha Nélson Subtil, que considera “um erro” a tomada de posição do presidente. “Uma decisão destas não pode ser tomada desta maneira. Tem de se ouvir os sócios.”

Esperança

O investidor diz que a participação do GRAP ainda está em aberto, pois a Federação Portuguesa de Futebol não recebeu a desistência formal, como comprova o facto de o clube ter participado no sorteio do Campeonato de Portugal, na sexta-feira.

Manuel Faria acredita que a reunião desta segunda-feira ainda vai a tempo de salvar a temporada temporada.

“Vamos tentar arranjar soluções. Como em tudo na vida há momentos bons e menos bons. Espero que haja uma forte adesão, as pessoas apareçam e levem ideias para ajudar a manter o GRAP no lugar destacado que tem no desporto de Leiria, do concelho e do distrito.”