Sociedade
Pombal recorda o 25 de Novembro
"Após um 'Verão Quente' de disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas, pela ocupação do poder do Conselho da Revolução, civis e militares começaram a contar espingardas para um possível confronto armado."
Pombal evoca amanhã, dia 25, os 40 anos do 25 de Novembro de 1975 com uma homenagem ao Heróis do Ultramar e “deposição de uma coroa de flores em honra daqueles que tombaram durante a luta pela Liberdade e pela Democracia”, segundo um comunicado da autarquia.
A cerimónia tem hora marcada para as 9:30 horas, junto ao Monumento aos Heróis do Ultramar, na avenida com o mesmo nome. O evento é co-organizado pelo Município de Pombal, a Delegação de Pombal da Associação de Comandos e do Núcleo de Abiul da Liga dos Combatentes.
O que foi o 25 de Novembro?
"Após um Verão Quente de disputa entre forças revolucionárias e forças moderadas, pela ocupação do poder do Conselho da Revolução, civis e militares começaram a contar espingardas para um possível confronto armado.
Este, tantas vezes anunciado pareceu por fim inevitável, quando, na madrugada de 25 de Novembro de 1975, tropas pára-quedistas ocupam diversas bases aéreas, na expectativa de receber apoio do COPCON. Mas opondo-se-lhes eficazmente um grupo operacional de militares, chefiado por Ramalho Eanes, liquidou a revolta substituindo o 'PREC - Processo Revolucionário em Curso 'pelo 'Processo Constitucional em Curso'.”
O 25 de Novembro acaba assim com o Verão Quente e afasta definitivamente Portugal de uma guerra civil que há muito ameaçava o País, opondo forças de esquerda e de direita, e encaminhando o regime para posições mais moderadas e assentes na actual Constituição da República Portuguesa.
Em Leiria, a população de algumas freguesias – Bajouca, Boa Vista conforme atesta uma placa colocada à entrada da Junta de Freguesia da Bajouca – saiu à rua e cercou as forças pára-quedistas, conotados com a Esquerda, dentro da Base Aérea 5, em Monte Real, estrategicamente situada junto à Marinha Grande, na ocasião uma vila onde tradicionalmente o Partido Comunista Português tem uma grande influência.
No resto do País, os Comandos, tropas especiais lideradas por Jaime Neves, conotadas com os moderados e com a Direita, conduziam operações militares pelo País.
A acalmia entre as partes torna-se definitiva a partir de 28 de Novembro, quando o VI Governo Provisório retoma as suas funções e é suspensa a publicação dos jornais nacionalizados. No dia seguinte, em conferência de imprensa, Sá Carneiro acusa o PCP de ser responsável pela insubordinação militar verificada, o PS tem idêntica atitude.