Sociedade
Perante inacção da região de Leiria, Coimbra quer ficar com aeroporto internacional e Capital da Cultura
Candidato socialista à autarquia declara guerra às intenções de Leiria de abrir Monte Real aos voos civis.
Se até agora a postura de Coimbra perante a luta para abrir a Base Aérea n.º 5, de Monte Real (Leiria), ao tráfego civil era de apoio, ontem, dia 3, durante a apresentação pública da lista do candidato socialista – e actual presidente da Câmara -, Manuel Machado, o discurso mudou.
Pelo menos, mudou no seio da hoste socialista coimbrã, que olha já para um desenvolvimento da região alicerçado num panorama nacional e não simples pavimentação de estradas com alcatrão.
Segundo o jornal online, Notícias de Coimbra, Machado aproveitou a presença de António Costa, secretário-geral do Partido Socialista e primeiro-ministro, nos claustros do Convento São Francisco, para reclamar para a cidade um aeroporto internacional.
Citado pelo NC, Manuel Machado prometeu, “como presidente da Câmara Municipal de Coimbra” que liderará “no próximo mandato autárquico a transformação do aeródromo de Coimbra – o Aeródromo Municipal Bissaya Barreto, em Cernache – num aeroporto civil comercial."
O candidato afirmou que "a pista já está preparada para receber aviões de grande porte: ainda em Julho o Presidente da República lá aterrou a bordo do maior avião que, neste momento, está ao serviço da Força Aérea Portuguesa.”
Sublinhou ainda que pretende o apoio incondicional do Governo socialista para este projecto : “queremos reproduzir no futuro Aeroporto Internacional de Coimbra o mesmo modelo que colocámos em prática no desassoreamento e na reabilitação das margens do Mondego: a Câmara de Coimbra assume, a Câmara faz, a Câmara lidera – e o Governo apoia.”
Segundo o candidato a infraestrutura aeroportuária resolveria parte do problema de distância dos grandes aeroportos de Lisboa e Porto, acolhendo voos “low cost”, tendo como destino Coimbra, a região Centro e Fátima.
Recentemente, Manuel Machado – e Coimbra – também se lançaram na mesma corrida que Leiria a uma candidatura a Capital Europeia da Cultura em 2017. “Uma candidatura agregadora, aberta e que quer aproveitar todo o património da região”, referiu.
Duas propostas que parecem estar direccionadas para aumentar o peso estratégico de Coimbra no panorama nacional, roubando protagonismo às restantes cidades da região Centro.