Desporto

Pedro Solá: “Acredito sempre que posso vencer”

31 dez 2015 00:00

Foi, muito provavelmente, a revelação do ano 2015 entre os treinadores de futebol da região. Pedro Solá entrou na temporada passada sem ser uma referência no meio, mas o trabalho que fez à frente do GD Peniche acabou por provocar curiosidade.

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Depois de comandar, durante pouco mais de dois anos, plantéis seniores de futebol, no GRAP e no Alqueidão da Serra, ambos da Divisão de Honra da Associação de Futebol de Leiria, ser escolhido por um dos históricos do distrito foi algo que causou surpresa no meio, apesar dos bons resultados que tinha conseguido nos dois clubes anteriores.

“Quando lhe apresentei o projecto para o meu mandato, que passava por subir ao Campeonato de Portugal e vencer a Taça Distrital e a Supertaça na primeira época, e no segundo ano garantir a manutenção nos campeonatos nacionais, o Pedro perguntou-me porquê ele. Disse-lhe que tinha traçado um perfil que passava por ser jovem, ambicioso e conhecedor do futebol distrital de Leiria. Vi um brilho nos seus olhos”, recorda João Viola, presidente do GD Peniche.

Hoje, não nega, está “muito satisfeito” com a escolha que fez. “Os objectivos para a primeira época foram integralmente cumpridos e estamos muito satisfeitos com o decorrer da segunda”, disse o dirigente.

Apesar de a passagem à segunda fase do Campeonato de Portugal – terceiro escalão do futebol português – se afigurar pouco provável, o GD Peniche está a superar as expectativas e está longe dos últimos lugares da série F. “Sinto-o cada vez mais confiante. Tem energia, tem capacidade de convencer os seus atletas a adaptarem-se às suas ideias”, analisa o presidente.

“É tolerante à critica e sabe lidar com os atletas que jogam e com os que não jogam. Durante a semana tem um plano B e até um C, e uma constante insatisfação positiva. Não tenho dúvidas de que será um grande treinador.”

Aos 38 anos, Pedro Solá está convicto de que a carreira pode ser longa e frutuosa, mas tudo começou por… “acidente”. “Fui convidado para ser capitão e treinador por um período de tempo e comecei a gostar do treino e da táctica. Hoje penso que é a minha paixão.”

“Serão os métodos de trabalho? Será a preparação dos treinos? Será a liderança? Será o foco nos seus objectivos? Será a sua auto-confiança? Será a procura de máxima informação dos adversários? Será a estreita ligação que tem com os seus jogadores? Será a utilização de tecnologia para uma melhor compreensão por parte dos jogadores?” Paulo Jorge, histórico guarda-redes do Gil Vicente, foi seu adjunto no GRAP e não tem a resposta. Só sabe que Pedro Solá “ganha mais vezes”.

“Sei o que quero”, realça o técnico que todos os dias faz os 85 quilómetros que separam Leiria de Peniche. Segredo do sucesso, “não há”, garante. “Acima de tudo, os atletas têm de gostar do que fazem. Trabalho com 23 feitios diferentes e tenho de saber como lidar com cada um. Tenho de ser justo com todos e fazê-los acreditar no que lhes digo.”

“Ambicioso”, Pedro Solá acredita que pode chegar longe. “Creio que com trabalho tudo é possível. É esse o meu ponto forte: acreditar sempre que posso vencer. O meu ponto fraco é perder. Deixa-me doido. Poderei nunca chegar onde quero, mas nunca me culparei de não ter trabalhado para lá chegar.”