Sociedade

Pedro Crespo: Entre a engenharia e o voluntariado em Moçambique e no Malawi

28 nov 2020 12:07

Natural de Porto de Mós, emigrou em 2010. A par com a actividade profissional como engenheiro, tem feito voluntariado. Ajudou num orfanato e participou no apoio ás vítimas do ciclone Idai.

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Pedro Crespo (à esquerda) tem trabalhado na direcção e fiscalização de obras
DR
Maria Anabela Silva

Foi a crise que afectou o sector da construção que, em 2010, empurrou Pedro Crespo, natural de Porto de Mós, para a emigração. Primeiro para uma curta experiência na Líbia, onde estava quando eclodiu a guerra civil, depois em Moçambique, onde viveu cerca de nove anos e agora no Malawi.

Engenheiro mecânico de formação, tem, no entanto, desenvolvido todo o seu percurso profissional na direcção e fiscalização de obras, em paralelo com vários projectos de voluntariado. Nesta área, uma das experiência mais marcantes foi vivida no apoio às populações vítimas do ciclone Idai, em Moçambique.

Sem oportunidades em Portugal, onde a construção estava “praticamente parada”, Pedro Crespo viu na emigração uma oportunidade, embora confesse que na sua primeira experiência, em 2010, mais do que emigrante, se tenha sentido “um expatriado”.

“Saí com um contrato com uma empresa portuguesa e fui deslocado, como se de uma comissão de serviço se tratasse”. Nessa condição, rumou à Líbia, onde fazia a ligação entre a sua entidade patronal, que trabalhava na área das infra-estruturas (estradas, viadutos e redes de água e saneamento) e empresas e entidades locais.

Ao fim de um ano, a morte de Mouammar Kadhafi e a rebelião que se seguiu acabou por degenerar em guerra civil. Pedro Crespo ficou, juntamente com dezenas de trabalhadores, sob a alçada de uma grande construtora brasileira, que providenciou depois a sua saída da Líbia.

“Durante dias, estivemos, entre 50 a 60 pessoas, fechados numa casa. Foi uma experiência marcante, pela capacidade e frieza de nos mantermos calmos e ocupados”, recorda.

De novo em Portugal, recebeu uma proposta de uma empresa nacional, que se estava a posicionar nos mercados de Angola e Moçambique, tendo optado por este último país. Chegou a Maputo em 2011, disposto a “abraçar uma nova vida” e, confessa, não foi difícil.

Encontrou “um povo muito acolhedor”, que o fez “sentir em casa”. Pelo que, ao contrário do que aconteceu quando esteve na Líbia, onde levava uma vida de “casa-trabalho”, em Moçambique, procurou, desde o início, embrenhar-se na sociedade local.

Pelo meio, teve uma experiência de c

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