Sociedade
Património: Estado nem faz nem deixa fazer
Devolutos e ao abandono. É esta a condição em que se encontram vários edifícios do Estado na região, cuja posse a Administração Central teima em manter.
As negociações começaram há cerca de duas décadas. Primeiro, reclamava-se a cedência gratuita, atendendo ao interesse público do destino que se lhe pretende dar - Museu de Arte Sacra. Depois, tentou- se a compra e mais tarde a permuta. Sem sucesso.
A saga da Câmara de Leiria para ocupar o ex-DRM (Distrito de Recrutamento e Mobilização Militar), é paradigmática do que se passa com algum do património do Estado na região. Está devoluto e já com sinais de degradação, o Município pretende dar-lhe uma ocupação nobre, mas a Administração Central não reabilita nem cede.
“Há condições para criarmos ali o melhor Museu de Arte Sacra da Europa, mas temos vindo a ser boicotados”, afirma Raul Castro, presidente da Câmara, lamentando a “falta de bom senso” com que este processo tem sido conduzido por parte dos organismos públicos com os quais o Município procura chegar a acordo.
O edifício do antigo DRM está, contudo, longe de ser um caso isolado no distrito, onde existem vários imóveis do Estado nas mesmas circunstâncias: devolutos e abandonados. Na sua maioria, localizam- se em zonas centrais de vilas e cidades e apresentam evidentes sinais de degradação.
É o caso das já desactivadas instalações do Instituto da Vinha e do Vinho (IVV) em Leiria e na Batalha, de dezenas de imóveis que pertenceram aos extintos Serviços Florestais ou das antigas Casas dos Magistrados e Pousada da Juventude de Leiria.
Algum deste património é reclamado pelas Câmaras, mas o Estado têm-se manifestado relutante em cedê-lo, mesmo quando em causa está a concretização de projectos de interesse público. Enquanto isso não acontece, agrava- -se a degradação dos imóveis.
Veja-se o que está a acontecer com os antigos armazéns do IVV na Batalha, localizados junto ao rio Lena, numa zona que tem vindo a ser requalificada pela Câmara que, há muito, tenta reabilitar também aquele espaço, numa saga semelhante àquela que o Município de Leiria tem travado pel
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