Viver
Palavra de Honra | A sabedoria é um posto e não um post
Inês Bernardo, música
- Já não há paciência... para o influencer de bolso. A sabedoria é um posto e não um post.
- Detesto... a rapidez com que o tempo passa. Ainda ontem rapava a taça dos doces da minha mãe e assistia a concertos às cavalitas do meu pai.
- A ideia... é ir andando, andando, andando mas nunca esquecer de parar para cheirar as flores. Lá no meio da correria das nossas vidas estão flores muito bonitas prontas para serem cheiradas. Até naquele momento em que estamos parados no transito e olhamos para o lado e está alguém a rir do mesmo programa de rádio que nós. Vale tudo!
- Questiono-me se... os meus filhos vão viver uma juventude tão boa como aquela que eu vivi. Se vão viver num mundo tão descomplicado como aquele que eu achava que tinha. Se vão olhar para os filhos deles e sentir exatamente o mesmo.
- Adoro... o Outono. Apetece-me sempre começar a ler clássicos, beber chá aninhada à lareira com um gato ao colo enquanto ouço a chuva na janela. Mas faço alergia a gatos portanto talvez escreva uma canção sobre isso, um dia, quem sabe...
- Lembro-me tantas vezes... da minha infância. Fui tão feliz e não sabia. Tenho tantas memórias e tão boas... Sabem onde se vende aquela coisa que o Dumbledore tem no gabinete?
- Desejo secretamente... viver só de fazer canções, cultivar uma horta e tricotar camisolas foleiras. Ter muitos filhos e vesti-los como as ilustrações dos livros da Anita. Ah e claro, esta é para as minhazamigas, comer sem engordar.
- Tenho saudades... até de coisas que não vivi! Tenho saudades de jogar à bola uma tarde inteira, de comer dois papo-secos ao lanche e de sair outra vez de casa para ir espreitar os meus primos a fumar às escondidas. Tenho saudades de saltar da prancha na piscina e bater de chapa só para ver se realmente doi tanto como dizem. Tenho saudades de comer petazetas, será que os adultos podem comer petazetas? Não creio...
- O medo que tive... e que tenho de que o mundo seja um lugar cruel para os meus filhos e para tantas crianças com quem me cruzo diariamente.
- Sinto vergonha alheia... de pessoas que fazem mal as rotundas. Não me interpretem mal, gosto de toda a gente... Menos daqueles que fazem mal as rotundas!
- O futuro... não penso muito nele. A ansiedade não é o medo do futuro? Prefiro nem pensar. É claro que vai ser exigente e falacioso e fantastico e maravilhoso, tudo misturado! Logo se vê...
- Se eu encontrar... o anjo do conto de natal do Charles Dickens talvez lhe peça para aparecer nos sonhos de certos ditadores e mandadores e governadores e outros "ores".
- Prometo... nunca esquecer de onde vim. Prometo nunca perder o brilhozinho nos olhos nem deixar de me encantar com as coisas bonitas desta vida. Palavra de honra.
- Tenho orgulho... nas pessoas que têm o poder na mão e que escolhem fazer o bem quando podiam perfeitamente fazer o mal ou ficar indiferentes. Ah! E tenho muito orgulho no lugar que escolhi para viver, a linda aldeia das Fontes e as suas gentes que são fonte de inspiração todos os dias.