Sociedade
Oikos avança com projecto de educação ambiental em torno da bacia do Lis
A desenvolver nos próximos três anos nos concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande e Porto de Mós, municípios abrangidos pela bacia hidrográfica do Lis
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Bacia Hidrográfica do Lis (BHL) - Agir para conhecer, proteger e valorizar é o nome do novo projecto de educação ambiental que a Oikos - Associação de Defesa do Ambiente e do Património da Região de Leiria vai desenvolver nos próximos três anos nos concelhos de Leiria, Batalha, Marinha Grande e Porto de Mós, abrangendo, sobretudo, as escolas, desde o pré-escolar ao ensino superior.
Apresentado na sessão comemorativa dos 35 anos da Oikos, o projecto pretende, entre outros objectivos, dar a conhecer a BHL, as suas fragilidades e potencialidades ambientais, e capacitar a comunidade, particularmente a educativa, relativamente aos domínios ambientais e culturais deste território.
“Não podemos pensar a bacia hidrográfica apenas na vertente dos recursos hídricos. Temos de olhá-la como um todo: rios, solo e ar, sem esquecer a acção humana e os impactos que daí decorrem”, assinala Mário Oliveira, presidente da Oikos.
O projecto agora iniciado, que se vai prolongar por três anos lectivos, contempla um conjunto vasto de iniciativas, onde se incluem sessões nas escolas para as crianças do pré-escolar e do ensino básico, dinamizadas por uma docente afecta ao programa através de um protocolo entre o Ministério da Educação e da Agência Portuguesa do Ambiente. Estão também previstas tertúlias temáticas, percursos interpretativos, produção de materiais pedagógicos e didácticos, adaptados aos diferentes escalões etários, e acções de formação para professores. Serão ainda elaboradas exposições itinerantes, algumas das quais com base em trabalhos dos alunos.
No âmbito do projecto, a Oikos pretende alargar as análises anuais que faz à qualidade da água da BHL, “com mais recolhas e mais dados”, que possam depois ser trabalhados pelos alunos do secundário. A criação de viveiros escolares com espécies ripícolas é outras das iniciativas previstas. O objectivo é “lançar sementes para que pais e crianças se envolvam na recuperação das galerias ripícolas e das linhas de água”, explica Mário Oliveira.
Os recursos hídricos, nomeadamente a BHL, têm sido, aliás, um dos focos da actividade da Oikos ao longos dos últimos 35 anos. "Se o ambiente da região está melhor? Numas áreas sim, noutras nem tanto”, responde Mário Oliveira, que reconhece que os sectores dos resíduos e do saneamento estão “indubitavelmente melhores”.
Também a qualidade da água da BHL evoluiu favoravelmente, mas continua a ter problemas, com o tratamento dos efluentes suinícolas "a dar passinhos de bebé, um à frente e dois atrás". Já no domínio da floresta, Mário Oliveira entende que se regrediu, "com a eucaliptização do território que criou condições para tragédias como a que aconteceu em 2017" no norte do distrito. Também nível da preservação do solo, "não houve melhorias".