Economia

Nesta edição, a revista PME Excelência

7 abr 2016 00:00

A estatística não deixa margem para dúvidas: as PME são o grande motor da economia portuguesa, representando 99,9% do seu tecido empresarial, assegurando 80% do emprego e registando 60% do Volume de Negócios e 63% do VAB (Valor Acrescentado Bruto).

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Estes números não deixam de ser evidenciadores da nossa fragilidade , pois uma economia onde as grandes empresas são uma excepção tem limitações de esc ala e dificuldades de aceder aos grandes negócios internacionais.

Mesmo nos negócios internos, tem-se sentido essa falta de 'músculo' empresarial, bem patente nos processos de privatização das grandes empresas onde o Estado ainda tinha posiç ão, quase todos ganhos por empresários estrangeiros.

Ou, ainda mais recentemente, na falta de capacidade para manter o controlo dos nossos bancos em mãos portuguesas, com os espanhóis a posicionarem-se para assumirem o seu domínio.

Como referiu José Maria Ricciardi em entrevista ao Expresso há duas semanas, “em Portugal não há capital, não vale a pena enganarmo-nos”, percebendo -se por estas palavras que um dos problemas da economia portuguesa é precisamente não haver mais empresas de grande dimensão e empresários mais robustos financeiramente.

Para o bem e para o mal, é esta a realidade da nossa economia e é com ela que Portugal tem que competir no exterior. É nessas características que teremos que identificar vantagens, explorando-as para sermos mais competitivos.

Desde logo, essa polarização empresarial permite que Portugal tenha alguma flexibilidade e capacidade de resposta em situações de crise específicas num determinado sector, ao contrário do que acontece em economias muito concentradas numa actividade, de que as actuais dificuldades de Angola, muito dependente do petróleo, são um bom exemplo.

Por outro lado, estruturas empresariais mais reduzidas permitem maior intervenção da gestão junto de todos os processos e de todos os níveis de recursos humanos, o que, se em alguns casos pode ser uma fragilidade se o gestor não tiver as competências adequadas, noutros poderá introduzir mais rigor e controlo, mobilização e motivação.

São modelos de gestão de maior proximidade e identificação com os objectivos da empresa, em que a maioria dos colaboradores acabam por sentir-se mais envolvidos. Por olhar para a empresa como sendo um pouco sua.

Ou seja, não temos grandes empresas, mas temos boas empresas. Competitivas, inovadoras, diferenciadas e equilibradas financeiramente. O desafio da nossa economia passará por alargar essa qualidade no seu tecido empresarial, incentivando e ajudando os empresários a qualific ar as empresas que ainda mostram fragilidades, quer ao nível da gestão quer da produção.

Neste sentido, a criação do estatuto PME Excelência, por parte do IAPMEI, faz todo o sentido e deve ser cada vez mais valorizado, pois é disso que a economia portuguesa necessita: excelência.

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