Desporto

Não é para ser bonito, é para ser eficaz

29 fev 2020 09:11

No krav maga, cerca de 90% dos golpes são nos genitais, porque vale tudo quando é necessário salvar a pele. Como prevenção ou em resposta a alguma agressão, são as mulheres que mais praticam.

Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Vale tudo, mas mesmo tudo, no krav maga
Ricardo Graça

Gil Ferreira é um pai típico. Orgulhoso da sua prole, preocupa-se com as suas meninas e não quer que nada lhes aconteça. Filipa, a mais velha, estuda em Londres, uma circunstância que, nos dias que correm, não o deixa tranquilo.

Confrontado com a hipótese, por mais remota que seja, de um atentado, de um assalto ou de uma agressão, resolveu “impor uma valência” e meteu a família no krav maga.

“Já apanhei alguns sustos e até já levei alguns tabefes, principalmente quando era militar, mas o medo de haver mais alguma coisa, de ser assaltado, nunca me perseguiu muito. O que me perseguiu, admito, foi pensar que as minhas filhas pudessem vir a precisar de alguma coisa e não saberem como se defender”, explica o vidreiro da Marinha Grande.

Encontramo-lo no treino de terça-feira à noite, na Touria, nos Pousos. A maioria são mulheres. O grupo é pequeno, quase familiar, e todos encaram esta actividade física com motivação, mas de sorriso nos lábios.

Entre golpes falhados e defesas bem aplicadas, a boa disposição é permanente. Preocupado em tornar a preparação vigorosa, mas em ambiente descontraído, Xavier Silva é firme quase sempre e condescendente às vezes.

“O que motiva as pessoas é sentirem-se mais seguras e preparadas para qualquer eventualidade. Mais vale saber e nunca precisar do que precisar e não saber”
Xavier Silva

É uma figura incontornável do basquetebol regional e não serão tantos os que têm conhecimento desta vertente ligada à luta. Mas a verdade é que a primeira modalidade que praticou, ainda em Moçambique, foi o boxe.

“Os empregados do meu pai chamavam-me. A minha mãe não queria, mas eles diziam: ‘senhora, menino vai precisar quando for homem’.”

Depois, passou pelo judo, ju-jitsu brasileiro, sempre em paralelo com o basquetebol. Há coisa de uma década, “farto de modalidades de combate com regras”, encontrou algo diferente, a “defesa pessoal pura”. Até hoje.

É o verdadeiro salve-se quem puder. O krav maga nasceu em Israel, nos anos 30 do século passado, para ajudar as pessoas a defenderem-se num contexto urbano de opressão.

Aqui, não há vitórias, nem derrotas. Não é arte marcial, nem sequer modalidade desportiva. “Não tem regras e destina-se a ensinar às pessoas o básico para que sejam capazes de sair de uma situação complicada”, explica o responsável.

Como preceito, o krav maga ensina a prevenção, a “evitar situações de risco”. “Há princípios que são fundamentais para preservamos a nossa segurança. Quais? Nunca voltar pelo mesmo sítio e fazer sempre trajectos diferentes, utilizar os espelhos nos levantamentos Multibanco e ter sempre uma mão disponível para, no acaso de surgir uma situação de agarro, ter forma de se defender”, diz Gil Ferreira.

Não é para ser bonito, é para ser eficaz. “É possível morder, até arrancar uma orelha. Aliás, 90% dos golpes são nos genitais. O objectivo é não morrer, é não ser violado, é não ser assaltado”, explica Xavier Silva, que responde a quem diz que uma actividade física violenta.

“Quanto vale a nossa vida? Krav maga não é heroísmo. É tentar arranjar três ou quatro segundos para nos conseguirmos

Este conteúdo é exclusivo para assinantes

Sabia que pode ser assinante do JORNAL DE LEIRIA por 5 cêntimos por dia?

Não perca a oportunidade de ter nas suas mãos e sem restrições o retrato diário do que se passa em Leiria. Junte-se a nós e dê o seu apoio ao jornalismo de referência do Jornal de Leiria. Torne-se nosso assinante.

Já é assinante? Inicie aqui
ASSINE JÁ