Sociedade
Ministro diz que metro bus “é essencial” para a região e promete financiamento
“O investimento que o País está a fazer na alta velocidade só faz sentido se pudermos servir mais concidadãos", afirmou Miguel Pinto Luz, em Leiria
O ministro das Infraestruturas, Miguel Pinto Luz, afirmou, esta terça- -feira, em Leiria, que o metro bus “é essencial” para a região e desafiou a câmara, em articulação com a Comunidade Intermunicipal, a avançar com o projecto, deixando a promessa de financiamento. As declarações do governante foram proferidas à margem da assinatura do protocolo de colaboração entre o Município de Leiria e a Infraestrututas de Portugal (IP) para a elaboração dos Planos de Urbanização (PU) da futura estação ferroviária de Leiria, a construir na Barosa, e da zona da actual gare, na Sismaria.
Na sua intervenção, Miguel Pinto Luz exortou os autarcas da região a aproveitarem o investimento na linha de alta velocidade (LAV) para “desenharem uma rede rodoviária” para o território, “quase metropolitana”, que inclua “um metro bus que possa servir mais populações”. “O investimento que o País está a fazer na alta velocidade só faz sentido se pudermos servir mais concidadãos. Temos de espraiar o raio de influência e contaminar positivamente todos os pontos onde teremos uma estação de alta velocidade. Esse é o desafio”, declarou o ministro, garantindo financiamento ao projecto de metro bus na região, como está a acontecer em Braga, Coimbra, Guimarães, Porto e Sul do Tejo.
“O Governo tem feito esse esforço de apoiar e lançámos o desafio à Câmara Municipal [de Leiria] e à CIM para fazer também aqui na região”, reforçou Pinto Luz, que presidiu à assinatura do protocolo que formaliza o início da elaboração do PU da nova estação, que abrangerá 344 hectares, e do PU da Sismaria, que integrará 89 hectares junto à gare actual, cujo edifício será requalificado para “uso público”.
Obras previstas para final de 2028
No âmbito desses planos, está previsto um conjunto de acessibilidades, que, tal como o JORNAL DE LEIRIA já noticiou, incluirá a duplicação de parte da EN242, que liga Leiria e Marinha Grande, uma nova avenida entre essa estrada e a futura estação e o aproveitamento do troço da Linha do Oeste para “promover modos suaves” de mobilidade.
O município reivindica ainda a duplicação do IC2 entre a zona industrial da Cova das Faias e a nó da EN109, a conclusão da circular externa de Leiria, a abolição de portagens em parte da A8, na A19 e no IC36 e a criação de “uma área de compensação ambiental” na Barosa. “Algumas soluções devem avançar antes da entrada em operação da alta velocidade”, defendeu o presidente da câmara, Gonçalo Lopes, considerando que o protocolo agora assinado “é o início de um processo transformador, há muito esperado por Leiria e por toda a região”, que vai colocar a capital de distrito “a cerca de 39 minutos de Lisboa e 50 do Porto”.
“Mais do que encurtar distâncias, este investimento amplia o nosso posicionamento competitivo, reforça a centralidade regional e multiplica oportunidades para famílias, empresas, investidores, estudantes e criadores”, afirmou o autarca.
Durante a sessão, o vice-presidente da IP reafirmou o compromisso de o concurso para a segunda fase da LAV Lisboa-Porto, que abrangerá o troço Soure-Carregado – aquele que atravessará o distrito – ser lançado até ao final do primeiro semestre de 2026. A expectativa da IP é que as obras, que incluirão a estação de Leiria e um novo troço da Linha do Oeste paralelo à LAV junto à futura gare, possa começar no final de 2028, avançou o vice- -presidente da empresa à Lusa.