Saúde

Ministra da Saúde celebra SNS em Leiria e ouve vários pedidos

2 ago 2019 00:00

Presidente da Câmara pede um “olhar justo” para o Centro Hospitalar.

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Mais médicos, mais enfermeiros, mais assistentes sociais e mais meios foram pedidos deixados a Marta Temido, ministra da Saúde, que na sextafeira esteve no hospital de Santo André, unidade do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), para comemorar os 40 anos do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Numa pequena tertúlia, alguns dos colaboradores mais antigos dos hospitais de Alcobaça, Leiria e Pombal recordaram o que foi ser enfermeiro, médico, assistente social, farmacêutico e assistente operacional antes do SNS.

A esterilização de agulhas e seringas em grandes panelas, falta de elevadores para transportar doentes para os pisos superiores, cadeiras de rodas em madeira ou transportar roupas lavadas e refeições nos mesmos carrinhos onde levavam a roupa e louça sujas foram peripécias vividas há 40 anos.

Considerando que hoje se trabalha com “mais qualidade e melhor acessibilidade”, todos insistiram na importância de reforçar as equipas para garantir o melhor serviço aos utentes, não esquecendo que todos são “muito empenhados” e fazem “muito com pouco”.

“Finalmente a sua presença em Leiria. Vai permitir seguramente tomar consciência do que é a realidade do CHL. Aproveito para relembrar que o CHL é uma referência no contexto nacional, como me referiu há pouco.”

As palavras são de Raul Castro, presidente da Câmara de Leiria, que pediu a Marta Temido que tenha um “olhar diferente” para o CHL e resolva as “dificuldades” que o hospital tem enfrentado, seja na “questão de investimento em equipamentos seja na ampliação em instalações”.

Enaltecendo o bom desempenho dos profissionais de saúde, Castro ironizou que foram os recursos humanos que impediram que a “constipação” que o hospital sofreu no início do ano – e que levou à saída do presidente do Conselho de Administração - se transformasse em “pneumonia”, com “consequências imprevistas”.

Marta Temido destacou o “percurso mais recente do hospital”, considerando “que é muito significativo em termos de inovação organizacional” e recordou que está a decorrer a parte final do concurso para a colocação de recém-especialistas, que tem 38 vagas para o CHL.

“O que desejo é que o hospital seja cada vez mais um sítio apetecível para as pessoas trabalharem. Sei que no passado recente houve alguns momentos de desmotivação, de tensão e de picos de pressão, mas acredito que a força e a energia das pessoas que trabalham nesta casa irão permitir captar os profissionais que são necessários.”

A ministra da Saúde admitiu que “este foi um dos hospitais que mais se ressentiu nos anos de assistência económico-financeira, de não poder fazer investimentos e melhorias a que estava habituado e para os quais até gera proveitos suficientes”.

Agora, está entre os 11 hospitais que foram selecionados para terem autonomia, sendo “um dos hospitais mais eficientes do SNS”.

“A partir do momento em que tenha os seus planos de actividade e orçamento aprovados terá autonomia para contratações e realização de investimentos”, garantiu, ao recordar que o governo já investiu 5,8 milhões de euros no CHL, de um total de 20 milhões de euros previstos no plano estratégico do hospital.

Este investimento irá incluir a ampliação do hospital de dia, a expansão do serviço de urgência e a ampliação do hospital de Santo André.