Economia
Lino Ferreira: "As pessoas fazem-se sócias e depois ficam à espera que alguém lhes resolva os problemas"
O presidente da Acilis entende que a instalação de novas superfícies em Leiria “não vai trazer qualquer tipo de problema” ao comércio de rua, que é a “grande força da cidade”. Mas frisa que o custo do estacionamento é um problema.
Como vê a instalação de novas superfícies comerciais em Leiria? Vai nascer um empreendimento no espaço da antiga Proalimentar e outro na antiga Auto-Leiria…
Penso que a vinda destes espaços para Leiria é importante, é boa para a cidade, é sinal de que está em crescimento e é empreendedora. Também ao nível da empregabilidade, é bom para a região termos mais empresas a criar emprego. Acredito que para o comércio de rua também será bom. Não vai trazer qualquer tipo de problema. Quanto mais pessoas trouxermos para a cidade melhor, porque há um défice de pessoas em Leiria. É como o mercado ao sábado. Não gosto dele, não é digno para uma cidade como Leiria, mas atrai muita gente. É pena que a loja Pingo Doce a abrir no novo shopping não seja de maior dimensão. Actualmente temos apenas uma superfície de grande dimensão, pelo que não temos poder de escolha. Devíamos ter alternativa que lhe pudesse fazer concorrência.
O que está por trás desse défice de pessoas na cidade?
Tem que ver com o facto de não haver habitação disponível, nem para comprar nem para arrendar. Isso é um problema. A crise levou muitos jovens de volta para casa dos pais, saindo do centro da cidade.
E fecharam serviços, fechou a Zara…
Sim, mas abriram outras lojas. Os comerciantes têm cumprido com o que lhes compete, que é inovar, para atrair pessoas, mas também é competência da Câmara Municipal promover serviços que fazem falta à cidade e que poderão colmatar a tal falta de pessoas. Como a Loja do Cidadão, de que há anos se fala. Esperamos que venha para Leiria, e que seja instalada na antiga Zara. Será uma nova centralidade que se cria, que atrairá pessoas, o que será importante para o comércio.
Há demasiada oferta para a procura existente?
Não. A oferta é diversificada. Temos muita gente de fora da cidade que nos procura, porque o nosso comércio é dos melhores na região Centro. Isto nota-se nomeadamente quando se realiza o Shop On, que atrai pessoas da Figueira da Foz, Coimbra, Torres Novas, Alcobaça, Caldas da Rainha, Santarém e outros locais Temos um bom comércio. Faltam é condições para receber as pessoas. É o caso do estacionamento, que é caríssimo, quer nos parques subterrâneos quer à superfície. Isso é um problema muito grave que outras cidades não têm. Os parques de apoio, afastados do centro, não funcionam. Não há uma cidade onde isso funcione. Temos associados que têm 10 e 12 funcionários, que vêm de fora, e que não têm onde estacionar o carro, porque foram colocados parquímetros nas zonas onde trabalham. Ninguém na Câmara pensa nisto. Parece que as pessoas não existem, que não precisam de vir para a cidade trabalhar, parece que para esta entidade o comércio e os serviços não existem, quando na verdade são a grande força da cidade, o maior empregador. A Câmara Municipal e os seus responsáveis deviam olhar para os comerciantes de Leiria de forma mais digna. Não estou a dizer que não tenham sido feitas algumas coisas, mas é preciso mais, como o plano de mobilidade e as obras na Avenida Heróis de Angola, para ter menos carros e melhores condições, nomeadamente ao nível da iluminação, que é obsoleta, e o arranjo dos passeios em várias ruas da cidade.
O comércio de rua tem sabido reinventar-se? Houve milhares de euros de apoios para modernização&hell
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