Economia
Lena contesta “notícias falsas e requentadas”
Grupo de Leiria fala em “prejuízo incalculável” decorrente da associação à Operação Marquês
Por estar a ser “continuamente acusado na praça pública de forma irresponsável, injustificada e ligeira”, o Grupo Lena entende dever promover a sua defesa também no espaço público, pelo que emitiu ontem um comunicado para contestar “as sucessivas peças jornalísticas que se têm sucedido na comunicação social” (domingo, o Público publicou um artigo com o título Como Sócrates usou a máquina do Estado e se fez embaixador do Grupo Lena).
Entende a comissão executiva do grupo, que frisa a “inexistência de qualquer conduta ilícita que possa ser imputável” às suas empresas, que “a acusação, tornada pública há escassas semanas, está a quilómetros de distância das primeiras imputações e dos ruídos reproduzidos na comunicação social, limitando-se a repetir algumas das infundadas teses da investigação, percebendo-se que ali estão apenas para justificar aquele ruído inicial”.
No comunicado, diz que “todas as alegações e acusações contra o Grupo Lena que têm vindo a ser publicadas, extraídas da acusação da “Operação Marquês”, já foram antes notícia na comunicação social, dessa vez através das famigeradas fugas de informação, cirúrgicas e determinadas, carecendo, por conseguinte, na presente data, de qualquer actualidade”.
Pede “humildemente” à comunicação social que se abstenha de repetir “notícias falsas e requentadas” e que deixem o grupo trabalhar, para “recuperar do prejuízo incalculável” decorrente da “associação a um processo no qual provará a sua inocência”.
No seu artigo de domingo, o Público escreveu que “o arguido José Sócrates Pinto de Sousa aceitou utilizar o seu cargo como primeiro-ministro em benefício do Grupo Lena, a troco do recebimento de vantagens patrimoniais a que bem sabia não ter direito”. A comissão executiva do grupo de Leiria reafirma no comunicado que “nunca pagou luvas ou fez outro qualquer pagamento ilícito, de forma directa ou indirecta, a nenhum dos arguidos da Operação Marquês ou a quem quer que seja”. Garante ainda que “jamais foram celebrados quaisquer contratos, formal ou informalmente” com José Sócrates ou com alguém em sua representação, para “usar a sua rede de conhecimentos em benefício do Grupo Lena ou alguma das suas empresas”.
O documento diz ainda que “todos os pagamentos feitos pelo Grupo Lena à XMI [de Carlos Santos Silva, também arguido] ou a qualquer outra empresa, como o Ministério Público bem sabe, derivam de trabalhos efectivamente prestados por essas empresas, de forma lícita, como resulta da ampla prova documental constante dos autos”.