Economia

João Vasconcelos: Líder com visão e homem solidário

6 jun 2019 00:00

Ex-secretário de Estado da Indústria foi evocado em jantar com mais de 200 pessoas

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Raquel de Sousa Silva

“Promotor incansável da relação entre indústria tradicional e inovação tecnológica”, João Vasconcelos foi um líder visionário e generoso, e um “homem solidário e humanista”, “verdadeiramente bondoso”. 

Maria Miguel Ferreira e João da Luz Ferreira, seus amigos, recordaramno na homenagem promovida pelo JORNAL DE LEIRIA quinta-feira passada, no âmbito da conferência que assinalou a publicação da revista PME Excelência.

Foi passado um vídeo com imagens da sua vida, acompanhado ao piano pelo músico André Barros. Uma homenagem que se impunha, pelo facto de muito ter dado a Leiria (a câmara atribuiu-lhe a título póstumo uma medalha de ouro pelo seu “excepcional” contributo para a promoção do desenvolvimento local), onde cresceu e onde tinha inúmeros amigos.

Pelo facto de as cerimónias fúnebres terem sido em Lisboa, onde vivia quando faleceu, e ter sido sepultado no jazigo da família em Gafanhão, Castro Daire, nem todos conseguiram assistir.

Maria Miguel Ferreira, que o acompanhou em diversos projectos, disse que “foi um promotor incansável da relação entre indústria tradicional e inovação tecnológica”, “evangelizando muitas empresas industriais para a necessidade de alinharem a digitalização dos processos e negócios”.

Ao mesmo tempo, “empenhou- se em mudar mentalidades, ao construir uma nova narrativa da qual nos pudéssemos apropriar com orgulho”. João Vasconcelos considerava uma “honra suprema” ser governante, pelo que se entregou à política com “generosidade e competência”.

Outra característica que a amiga destacou durante a homenagem foi o seu empreendedorismo. “Gostava muito mais de fazer do que de aparecer. Não queria os louros para si. Mas pensou, desenhou e executou muitas coisas. Era idealista, sonhador, ambicioso. Foi um empreendedor em série e transportou essa característica para todos os cargos que desempenhou”, onde aplicou um “estilo muito próprio e descomplicado de liderar”.

João Vasconcelos era também generoso consigo próprio, “não se levando demasiado a sério”, e “nunca sofreu de um ego grande”. “Sorria e gargalhava com facilidade e gostava de provocar o riso nos outros. Nos últimos tempos, até sorria mais do que antes. Andava cheio de vontade de fazer mais coisas e de apreciar a vida”.

Para João da Luz Ferreira, além de melhor amigo, João Vasconcelos era “o mais próximo de um irmão”. Recordou- o como uma pessoa “informal nas relações” que gostava de tratar os outros por tu e que sabia dizer palavrões.

“Era um homem verdadeiro, não era um pedante ou um wannabe. Faço-lhe justiça sublinhando o modo como nunca se deixou encadear com os brilhos mais fúteis e a distância que sempre teve sobre uma certa ideia arrivista e nova rica de estar na vida”.

Dono de uma “alma maior, alimentava- se de amor, de dar, de partilhar”. “Genuinamente humilde e sempre ávido de aprender”, “perdia muito pouco tempo com egos e afins, queria era avançar”.

João da Luz Ferreira recordou-o ainda como “um homem solidário e humanista”. A sua “condição superior de ser verdadeiramente bondoso para com os outros pode mesmo ser vista como um dom que ele geria de um modo tão espontâneo que tocava a todos os que com ele se cruzava

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