Desporto

Hoje, os sócios da UDL decidem se mantêm ou alteram o logótipo do clube, uma proposta que gerou contestação, mas, em 2016, já tínhamos feito esse exercício. Recorde aqui

13 jun 2024 10:26

Há oito anos, a propósito da comemoração do cinquentenário, num artigo publicado no JORNAL DE LEIRIA propusemos a quatro criativos fazerem quatro propostas de um logo renovado

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A história deste emblema começa no dia em que "morreu" o Sporting Leiriense.

Também nesse dia se fez uma operação plástica para que todos remassem para o mesmo lado.

“Arranjou-se um clube de cor branca e de nome União para poder aglutinar toda a gente”, recordou Mário Matias, o último presidente dos leões.

Os anos passaram, as vitórias chegaram, o clube subiu à 1.ª Liga, chegou à final da Taça de Portugal e às competições europeias, ao mesmo tempo que nomes míticos como José Mourinho ou Jorge Jesus, Helton ou Derlei, representaram o emblema.

Nem tudo foram rosas, é evidente. E dois momentos, justamente ligados às SAD, acabaram por ensombrar a harmonia do branco.

Para comemorar o número redondo do cinquentenário, no JORNAL DE LEIRIA, resolvemos dar o nosso contributo, mas não olhámos para trás.

Nem para o primeiro golo, da autoria de Rousseau, nem para a vitória histórica sobre o Bayer Leverkusen.

Também não vamos contar as histórias polémicas de João Bartolomeu e os últimos processos que envolveram Alexander Tolstikov.

Decidimos olhar para a frente, para o futuro.

Não é que não gostemos da obra de Eduardo Vieira Coelho, que subsiste como símbolo do clube há meio século, mas decidimos propor um mero exercício prático, uma espécie de "peeling gráfico".

Falámos com quatro criativos e pedimos que nos apresentasse, cada um deles, uma proposta de emblema para um novo ciclo da União de Leiria.

As ideias são de João Diogo, de Paulo Fuentez, de Pedro Santos de Oliveira e de Rui Cardoso. E há para todos os gostos.

1966
Seis do seis de sessenta e seis. É esta a data da fundação da União de Leiria, clube que surgiu tendo como objectivo unir toda a população da cidade

Mas vamos por partes: João Diogo, por exemplo, optou por “modernizar”, conferindo ao logótipo um “carácter mais actual”, “sem esquecer os contornos tradicionais profundamente enraizados na história do clube”.

Esta é uma “humilde homenagem” a um clube do qual guarda “boas recordações” de infância, sobretudo dos jogos que assistiu na companhia do pai, um ex-atleta da União de Leiria.

Já Paulo Fuentez foi um elemento destacado da claque Ultra Fantasmas e esse percurso teve naturalmente influência no artista em que se tornou.

Quis arriscar e “subverter” a ideia actual do símbolo.

“A ruptura visual com símbolos da cidade torna-se um conceito a experimentar”, assim como “a capitalização do nome União, fazendo uma espécie de tábua rasa de valores: o importante é a bola e o sentimento”.

O ilustrador Rui Cardoso, por sua vez, optou por utilizar as cores e os elementos representativos da cidade, fazendo uma verdadeira revolução plástica ao logótipo criado em 1966.

Já Pedro Santos de Oliveira, director criativo de uma agência de comunicação, quis ir mais longe. Propõe um "rebranding" que inclua “ruptura” e “revolução” com o passado. Avança, até, com um novo nome – Corax Leiria.

“A análise à imagem no momento presente tem de ser pragmática, distante, especializada e racional”, explica o designer.

“Infelizmente, a passagem dos 50 anos não foi feita sobre um conjunto de sucessos desportivos ou sociais."

“A mesma cidade, o mesmo objectivo, o mesmo clube, um posicionamento diferente”, frisou Pedro Santos de Oliveira.

São estas as quatro propostas que apresentamos, mas voltamos a frisar que este exercício não é mais do que uma brincadeira.

E o leitor, de qual gosta mais?

(Texto publicado originalmente na edição 1664 do JORNAL DE LEIRIA, de quinta-feira, 2 de Junho de 2016)