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Gui Garrido: "Há uma vontade profunda que o festival A Porta se desdobre ao longo do ano"
Está fechado o programa da terceira edição. Em Leiria, de 30 de Maio a 4 de Junho.
Terceira edição do festival A Porta, em Leiria, de 30 de Maio a 4 de Junho. Satisfeitos com o programa?
O programa está fechado, quem for ao site já vai ver a totalidade do evento. Estamos satisfeitos. Dividimo-nos entre uma grande exigência e uma satisfação saudável. É um festival em crescimento.
Já é um portão daqueles bem grandes?
Já é uma Porta bastante grande. Há cada vez mais a consciência de que este projecto tem de ser tratado com profissionalismo, na abordagem com os patrocinadores, com as entidades com as quais temos parcerias, com os artistas e com o público. Ao mesmo tempo ainda não temos a equipa que desejaríamos para tornar mais suave o processo de pré-produção.
É a maior dificuldade?
Temos a consciência que a maior parte das falhas se devem à falta de pessoal.
Do ponto de vista da expressão artística, do programa ligado às artes, está um festival mais maduro, nesta terceira edição?
Está. Há duas vertentes: exigir mais a nível de padrões e critérios de programação, mas, ao mesmo tempo, permitir sempre a abertura de portas para pessoas que estão a iniciar. Não queremos um festival elitista, mas é impossível fazer a curadoria do festival e não ter um gosto próprio.
E construindo sempre a ponte entre o que é de cá e o que vem de fora?
Temos a vontade de potenciar o que existe cá, ao mesmo tempo temos o interesse de fazer um festival que não seja sempre de Leiria para as pessoas de Leiria. Queremos ser um festival nacional que acontece em Leiria.
Há quem critique a Porta por algum défice de coerência estética. Compreendem esta observação?
Completamente. Somos um festival multidisciplinar, transversal a nível de faixas etárias e áreas de intervenção. Temos a consciência que é difícil traçar uma dramaturgia. O que há é um festival que começa no íntimo, vai crescendo e volta a fechar. A dramaturgia do festival está pensada desta maneira. Tanto acontece o concerto da banda y como o workshop da pessoa x como uma intervenção de cariz social. Para não interromper ou corromper a filosofia inicial do festival, é assim que tem de acontecer. Há uma vontade profunda que o festival A Porta se desdobre ao longo do ano e se foque muito mais. Há vontade de criar palestras sobre artistas plásticos, de criar estruturas para residências artísticas, de organizar workshops infanto-juvenis focados numa temática específica. Mas não vamos esquecer que o festival A Porta começou como uma tentativa de albergar diversas associações culturais.
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