Sociedade
Greve fecha Escola D. Dinis pelo segundo dia consecutivo
Não estão reunidas condições para o normal funcionamento das actividades lectivas, de acordo com a direcção.
Chegaram e voltaram para trás. Nesta manhã de sexta-feira, 22 de Novembro, e pelo segundo dia consecutivo, os alunos da Escola EB 2,3 D. Dinis, em Leiria, encontraram o estabelecimento de ensino encerrado e um aviso, assinado pelo director, explicando que "dada a ausência de pessoal não docente (assistentes operacionais) por motivo de greve", não se encontram reunidas "condições para o normal funcionamento das actividades lectivas".
A greve do pessoal não docente sucede a outras, ocorridas este mês no concelho de Leiria, designadamente, na Escola José Saraiva e na Escola Correia Mateus.
Folhetos informativos distribuídos por elementos do S.T.O.P. - Sindicato de Todos os Professores apontam a falta de assistentes operacionais nos estabelecimentos de ensino como um dos motivos para a paralisação.
Na perspectiva do S.T.O.P., a falta de professores e de psicólogos são também dossiês urgentes, tal como o subsídio de alojamento e de deslocação para profissionais de educação e a violência em espaço escolar.
Nas reivindicações do S.T.O.P. consta igualmente a retirada do amianto dos edifícios escolares onde ainda se encontra.
André Pestana, coordenador do S.T.O.P, afirmou ontem ao JORNAL DE LEIRIA que a escola pública "está a ficar degradada".
"Lutamos contra a falta de funcionários, a violência na escola e o sentimento de impunidade e a falta de condições dos professores. Têm-se registado casos de pais de alunos que agridem funcionários e docentes e não têm consequências. Um professor agrediu um aluno - acto reprovável - e foi de imediato alvo de processo", criticou André Pestana, revelando que os docentes agredidos "não estão a receber qualquer apoio do Ministério da Educação, nem psicológico nem jurídico".
O dirigente alerta ainda o governo para criar "melhores condições de trabalho para docentes e funcionários", porque "os beneficiários são os alunos".
André Pestana acrescentou ainda que a medida do governo para pôr fim às retenções não pode ser concretizada sem que sejam apresentadas medidas concretas. "Não há psicólogos na escola e os que existem são praticamente absorvidos pelos alunos com necessidades educativas especiais, deixando os outros sem apoio. Os professores não conseguem dar apoio individualizado quando estão assoberbados de burocracia e têm 28 a 30 alunos numa sala de aula. Todos queremos que os alunos tenham sucesso, mas é preciso criar condições."