Sociedade

Gonçalo Lopes: "Não podemos entrar no leilão da demagogia"

3 ago 2024 13:00

Na apresentação da candidatura à liderança da Federação distrital do PS, o autarca de Leiria disse que é preciso "deixar para trás este PS entrincheirado e construir uma plataforma de diálogo e união"

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Apresentação da candidatura teve lugar esta sexta-feria
DR

"Temos de adoptar uma nova forma de estar na política: deixar para trás este PS entrincheirado e construir uma plataforma de diálogo e união". As palavras são de Gonçalo Lopes, presidente da Câmara de Leiria, e foram proferidas, esta sexta-feira à noite, durante a apresentação da sua candidatura à liderança da Federão Distrital do PS aos militantes.

Numa sessão onde anunciou Alberto Costa, ex-ministro da Justiça, como presidente da comissão de honra da candidatura, Gonçalo Lopes explicou que decidiu avançar por "acreditar firmemente" que pode contribuir para "o fortalecimento e renovação" partido, que, segundo diz, enfrenta um contexto político "fortemente adverso".

"Não tenhamos dúvidas: vem aí um ciclo de terra queimada com um único objectivo, o de destruir os avanços alcançados pelo PS e desacreditar o nosso legado", afirmou o socialista, expressado a sua convicção de que essa estratégia "já começou a nível nacional e o passo seguinte serão os distritos e as autarquias".

A solução, diz Gonçalo Lopes, passa por "fortalecer o PS e voltar a demonstrar aos portugueses" que o partido é "alternativa válida, a resposta credível e responsável e o partido que não entra no leilão da demagogia para onde nos querem arrastar".
"Repito, não podemos entrar no leilão da demagogia. Estamos acima disso", reforçou, defendendo que é preciso "resgatar os eleitores do canto de sereia da extrema-direita" e "mostrar que há outro caminho, que Portugal não pode regredir"

Focando depois o discurso nas razões da sua candidatura, Gonçalo Lopes apontou os motivos que o fizeram avançar: "experiência e dedicação"; "compromisso com os valores do partido" e "visão de futuro.

O candidato salientou que a sua condição de presidente de câmara constitui "uma mais-valia, pelo conhecimento do terreno e dos seus desafios, em especial por estarmos a entrar num ciclo de preparação de eleições autárquicas".

"Estamos num momento crucial em que é necessário encontrar respostas ajustadas a uma nova realidade política e social", acrescentou, dizendo aos militantes que propõe "uma liderança alicerçada na transparência, na participação activa dos militantes, e na construção de um partido mais forte e unido". "Quero promover uma cultura de rigor, verdade, responsabilidade e ética em todas as nossas acções", prometeu.

Na sua intervenção, Gonçalo Lopes apelou ainda à união do PS. "Não podemos ser um partido de subtracção. Temos de ser um partido de adição, pois temos pessoas altamente competentes e valiosas, que não podemos desperdiçar em divisões sem sentido".