Sociedade
Funeral do actor Alberto Villar acontece hoje às 11 horas
José Alberto Espírito Santo deixou-nos no sábado, aos 87 anos
O actor José Alberto Espírito Santo, nome artístico Alberto Villar, deixou-nos no sábado, aos 87 anos, após uma carreira de mais de cinco décadas, no palco.
Entrada do corpo, hoje, dia 11, às 16:30 horas, na Igreja de São Domingos de Benfica (Furnas), em Lisboa, cidade onde residia. No dia 12, quarta-feira, será feita uma missão de corpo presente às 10:30 horas. Após a cerimónia. o corpo será levado para o Cemitério dos Olivais, onde será cremado, pelas 11 horas.
Nascido em Leiria, em 1933, fez carreira no teatro amador e no profissional, com uma longa ligação ao Teatro Nacional D. Maria II.
Foi ainda director de produção e director de cena nesse Teatro Nacional, trabalhou com Filipe la Féria em A Casa do Lago, e com os actores Ruy de Carvalho e Eunice Muñoz.
Participou em peças como o Auto da Geração Humana, O Judeu, Auto de Santo António, As Fúrias, Ricardo II ou Felizmente Há Luar, entre outras.
A sua última vez em palco foi no Politeama, em 2017, na nova versão de Amália – O Musical, de Filipe la Féria.
Iniciou a carreira como actor amador, no Grupo de Teatro Miguel Joaquim Leitão, tendo-se estreado nos palcos profissionais, na Companhia Rafael de Oliveira, a 1 de Outubro de 1959.
Passou pelas companhias de teatro de Vasco Morgado, de Francisco Ribeiro e de Amélia Rey-Colaço/Robles Monteiro, participou em digressões internacionais junto das comunidades portuguesas em França, Canadá e EUA.
Foi bolseiro do Ministério da Cultura e passou por França, para um estágio de Encenação e Régie, no Theatre National de Chaillot, sob orientação de Antoine Vitez.
Até ao dia da sua morte, fez parte da Comissão de antigos alunos da Escola Primária de Santo Estêvão, de Leiria, participando em, praticamente, todos os encontros anuais.
“Era uma pessoa de fácil trato, muito querida por todos e um grande amigo. Não pudemos organizar o encontro deste ano, devido à pandemia de Covid-19 e acabámos por não ter o prazer da sua companhia, esta última vez”, recorda Pedro Nogueira Henriques, da Comissão de Antigos Alunos do Jardim-Escola João de Deus, Escola Primária Amarela e Escola Primária de Santo Estêvão.
Visado pela Censura
No então Teatro Avenida, em Lisboa, fez parte do elenco d’O Motim, peça de outro homem leiriense do teatro, Miguel Franco.
A peça, que retratava a sublevação dos homens do Porto contra a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinha do Alto Douro, na qual 30 pessoas, acusadas de rebelião, executadas.
Entre elas, a personagem Tomás que se destaca pela resistência e dignidade, surgindo como símbolo que levou a Censura de Salazar a acabar com a peça, após uma ida ao teatro do almirante Américo Thomaz, então Presidente da República.
Em 1973, voltou a sentir o garrote do lápis azul do Estado Novo, quando fez parte do elenco da peça Fonte de Ovejuna, de Lope de Vega, em versão de Natália Correia, pelo TEC, com encenação de Carlos Avilez.