Sociedade
Fazer o bem e não olhar a quem
Têm profissões exigentes e compromissos familiares a respeitar, mas conseguem encontrar tempo nas suas vidas para o voluntariado em projectos de interesse público. Sem eles a sociedade seria mais pobre.
“Recebo mais do que aquilo que dou.” Esta foi a frase comum a quase todos os voluntários que partilharam com o JORNAL DE LEIRIA a vontade que têm em ajudar os outros, oferecendo o (pouco) tempo que lhes sobra entre a família e os afazeres profissionais.
No sábado comemorou-se o Dia Internacional do Voluntariado, que este ano assinalou ainda o culminar do Ano Europeu das Actividades do Voluntariado que Promovem uma Cidadania Activa. “Chegar ao cume não é terminar a tarefa, mas atingir mais uma etapa. E a que se pretendia alcançar com a celebração deste ano europeu revelou-se muito significativa para o reconhecimento da importância do voluntariado como forma efectiva de praticar uma autêntica cidadania”, refere a Confederação Portuguesa do Voluntariado na sua página.
As instituições vivem de pessoas e se não fossem elas muitas causas estavam perdidas. Um exemplo claro é a associação Atlas, cuja grande dinamizadora em Leiria é Helena Vasconcelos. Directora do serviço de Gastrenterologia do Centro Hospitalar de Leiria, a médica trabalha várias horas por dia e ainda consegue encontrar um tempo extra para dedicar a quem precisa.
“É puro egoísmo. É para me sentir bem. No voluntariado recebemos sempre mais do que aquilo que damos”, afirma Helena Vasconcelos, acrescentando que existe um grande retorno pessoal. “Aprende-se muito com as pessoas, com as experiências de vida, a diversidade e as diferentes faixas etárias.”
A médica reconhece que o tempo é escasso, mas garante que são as pessoas mais ocupadas que são voluntárias. “Quando se quer pedir alguma coisa para fazer, pede-se a quem tem menos tempo.” Isto, porque é o amor à causa que faz tudo acontecer. “Quando se gosta consegue-se arranjar sempre tempo.” E se há menos horas para a família, então ela vai para o voluntariado. “A minha família envolve- se nas minhas coisas e os meus filhos também são voluntários na Atlas. Assim consigo estar nos dois territórios ao mesmo tempo”, revela Helena Vasconcelos.
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