Sociedade

Estudantes estrangeiros derretem-se em elogios a Leiria

16 nov 2017 00:00

Vêm de 61 nacionalidades diferentes. Os 1200 estudantes estrangeiros que pertencem ao universo do Instituto Politécnico de Leiria representam 10% dos alunos e contribuem para aumentar as receitas da instituição e de toda a cidade.

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Segurança, sol, simpatia, acolhimento, boa gastronomia e óptimo vinho fazem as delícias dos estudantes internacionais que frequentam licenciaturas, mestrados ou cursos de curta duração no Instituto Politécnico de Leiria (IPLeiria).

São 1200 alunos, de 61 nacionalidades. O pódio é ocupado pelo Brasil, Equador e China. Mas há estudantes que viajam de locais como a Índia, a Jordânia ou o Uzbequistão. Em comum têm a vontade de aprender.

Até chegarem desconheciam Leiria, mas rapidamente ficam rendidos aos encantos da cidade, geralmente mais pequena que os locais onde moram. Consideram os portugueses afáveis, sempre prontos a ajudar e adoram o sol e a segurança que sentem ao andar na rua, mesmo fora de horas. Surpreendem-se com a qualidade e disponibilidade dos professores e garantem que o IPLeiria é um local para recomendar.

Da Índia para Leiria para ser engenheira
Vani Annappa, 25 anos, natural da Índia, escolheu o IPLeiria pela licenciatura em Engenharia Civil. “As opções do curso eram melhores do que vi em outras universidades.” Há dois anos chegou a Leiria. Tudo é diferente de Bangalore, a sua cidade natal, que tem quase tantos habitantes como Portugal, “tem um clima ameno e onde não há oceano”.

“Leiria é muito pequena, mas muito mais seguro. Na Índia, os meus pais não me deixam sair depois das 20 horas. Aqui vou a festas até às 2 da manhã.” Hindu, para si a vaca é considerada um animal sagrado, pelo que é carne que não come, mas aceita que outros o façam. Constata grandes diferenças na alimentação, que acusa de ter pouco sal. “Na minha terra a comida tem muito sal e é picante. Aqui como mais vegetais.” Vani revela que não tem o hábito de fazer refeições fora de casa. “A minha mãe compra tudo fresco e prepara tudo em casa.”

Aos poucos vai-se habituando aos costumes ocidentais. E o ensino é uma das suas partes preferidas. “Os professores são amigos e ajudam em tudo. Se não percebemos a matéria, tentam explicar melhor. Na Índia temos medo do professor. Aqui não se usa muito os livros, mas mais apresentações e recurso a websites. Na Índia há mais teoria e muito pouca prática.”

Depois de várias horas de voo, quando aterrou em Portugal, Vani estava assustada. “Quando vi que as pessoas eram tão boas, simpáticas, sempre disponíveis a ajudar, fiquei mais descansada.”

Prefere não falar da família que está longe, porque rapidamente as lágrimas tentam sair. Diz que não com a mão à conversa sobre as saudades e volta a falar sobre os professores: “falam muito bem inglês e conseguem ensinar nesta língua”. Talvez por isso, apesar de estar há dois anos em Leiria não fala português. “Já me inscrevi no Curso de Língua Portuguesa.” Regressar à Índia? Só daqui a uns dez anos, depois de trabalhar e ganhar experiência, garante.

Professor para mudar educação no Brasil
“Desde pequeno que quero ser professor. Quero mudar a Educação do meu país, que precisa de melhorar muito.” Juracy Marques, 24 anos, está a fazer o mestrado em Engenharia da Energia e do Ambiente.

Diz que é uma pessoa “muito solta” e que já viajou por mais de 20 países. Com 18 anos rumou à Alemanha para fazer a licenciatura. Agora, uma publicação no facebook fê-lo cruzar com o IPLeiria. A informação que recolheu fê-lo inscrever-se de imediato. O objectivo é obter o máximo de qualificações, onde se inclui um doutoramento. “Depois vou voltar para o Brasil. Cada turma tem à volta de 40 alunos, se conseguir mudar 10% em cada turma já vou ficar contente.”

Natural de Salvador da Bahia, Juracy agradece aos pais a oportunidade que lhe deram para estudar. “Não tenho bolsa. Eles sempre foram o meu suporte para estudar, apesar de só terem a terceira classe. Fiz umas economias e agora procuro trabalho”, revela.

Também o brasileiro destaca a segurança e a simpatia das pessoas como vantagens de Leiria. “Aqui ando à noite na rua sem problema. Se fosse em Salvador já tinha sido assaltado 10 vezes. As pessoas são super simpáticas, parece que se colocam no nosso lugar e ajudam. Quando pergunto onde fica algum lugar, elas levam- me até lá. Sinto-me em casa.”

Habituado às duas estações da Bahia: “verão com chuva e verão sem chuva”, Juracy ainda se está a habituar a outras temperaturas. Considera que os leirienses “bem chiques” e “bonitos”, homens e mulheres. “Procuram estar bem vestidos.”

Está “amando as aulas”, que considera “bem diferentes” do Brasil e da Alemanha. “Aqui há teoria e depois a prática para aplicar o que aprendemos. Os preofessores deixam-nos mais confortáveis para pedir ajuda”. Leiria é “uma cidade pequena e os gastos são menores”. Quanto à gastronomia, “come-se muita batata” e os vinhos... “são óptimos”.

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