Sociedade
“É essencial a recuperação do aqueduto de Óbidos” diz secretário de Estado do Ordenamento do Território
Percentagem do valor da taxa turística de Óbidos servirá" para "uma intervenção criteriosa da limpeza" da estrutura
Para começar o processo de reerguer e reabilitar o aqueduto da Usseira ou de Óbidos, que serviu, em tempos, a vila de Óbidos, o presidente da autarquia, Filipe Daniel, avançou hoje que, “uma percentagem do valor da taxa turística de Óbidos servirá" para "uma intervenção criteriosa da limpeza da componente vegetal que envolve o aqueduto”. “Queremos recuperar este monumento tão breve quanto possível, através de candidatura a fundos comunitários”.
Durante a apresentação pública dos resultados de um estudo preliminar que prevê a requalificação da infra-estrutura, com a presença do secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Carlos Miguel, o autarca sublinhou que “pelo seu valor histórico, o aqueduto merece ser recuperado.”
Segundo uma nota da autarquia, o processo que deverá conduzir à intervenção no monumento, começou em Março, com reuniões na Direcção-Geral do Património Cultural, seguindo-se, em Julho, um pedido de audiência com o ministro da Cultura e várias intervenções junto da CCDR Centro, para captar fundos comunitários para a reabilitação, além da adjudicação do “relatório técnico preliminar de inspecção e diagnóstico estrutural” do aqueduto, em Agosto.
O secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território ouviu o pedido e respondeu que “é impossível pensar em Óbidos sem pensar em recuperação do património” e acrescentou que “é essencial a recuperação do aqueduto”, sendo “determinante o seu arranjo paisagístico para que o possamos ver e usufruir”.
Porém, que terá sempre de haver um encontro de prioridades entre a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro, a Comunidade Intermunicipal do Oeste e a própria Câmara Municipal de Óbidos.
Segundo Pedro Inácio, do Museu da Água da EPAL, presente na cerimónia, o aqueduto de Óbidos é um “dos mais antigos” do País, mandado erigir por D. Catarina, de Áustria, que foi “a primeira e única rainha a mandar fazer um aqueduto em Portugal”.
É também a estrutura deste tipo com o maior número de arcos. "Com um total de mais de 200 arcos sucessivos."
O aqueduto de Óbidos está classificado como Imóvel de Interesse Público desde 1962. Contudo, há 80 anos que não recebe qualquer intervenção de manutenção.