Sociedade
Dos 31 mortos confirmados até agora nos incêndios de ontem e hoje, nenhum se verificou na região de Leiria
Arderam primeiras habitações no Carriço, Pombal.
Segundo a Protecção Civil, dos 31 mortos confirmados pelas autoridades até agora nos incêndios de ontem e hoje, nenhum se verificou na região de Leiria
O incêndio que se iniciou na noite de domingo em Carriço, Pombal, obrigou à evacuação de quatro localidades, informou ao JORNAL DE LEIRIA o presidente da Câmara, Diogo Mateus, segundo o qual arderam primeiras habitações.
"Ainda não temos o número concreto de situações. Estamos a fazer esse levantamento para saber quem precisa de alojamento. Ontem (domingo), fomos obrigadas a evacuar as localidades de Alhais, Fontinha, Silveirinha e Claras", disse o autarca.
O incêndio, que teve origem no concelho de Alcobaça, chegou ao Carriço pelas 22 horas. "A progressão do fogo foi muito rápida. Entrou confinando com a Estrada Atlântica e o oceano. Os ventos duplicaram a velocidade e, em duas horas, chegou à localidade de Alhais, a sete quilómetros".
Diogo Mateus constatou que nas primeiras horas "nunca houve condições para fazer um combate e parar o fogo".
"A nossa preocupação eram as captações de água, mas nada ficou afectado. Houve uma quebra de energia, que foi rapidamente resolvida", acrescentou o presidente.
Diogo Mateus revelou ainda que, às 11:30 horas, "a situação mais complicada" era no Grou, localidade nos limites dos concelhos de Leiria e Pombal.
As centenas de incêndios que deflagraram no domingo, "o pior dia de fogos do ano" segundo as autoridades, provocaram pelo menos 31 mortos e dezenas de feridos, além de terem obrigado a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas.
O primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o Governo assinou um despacho de calamidade pública, abrangendo todos os distritos a norte do Tejo, para assegurar a mobilização de mais meios, principalmente a disponibilidade dos bombeiros no combate aos incêndios.
Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Protecção Civil e o protocolo com Marrocos, relativos à utilização de meios aéreos.
Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos este ano, depois de Pedrógão Grande, no verão, um fogo que alastrou a outros municípios e que provocou 64 vítimas mortais e mais de 200 feridos.