Sociedade
Detido casal residente na Batalha suspeito de 28 crimes de burla qualificada
Suspeitos publicitavam arrendamento de imóveis que não lhes pertenciam.
Um casal residente na Batalha foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) suspeito da prática, em co-autoria, de 28 crimes de burla qualificada, anunciou hoje a Procuradoria da Comarca de Leiria.
Numa nota publicada na sua página oficial, a Procuradoria informa que no desenrolar de uma investigação coordenada pelo Departamento de Investigação e Acção Penal de Leiria (DIAP), a PJ deteve na quinta-feira duas pessoas residentes na Batalha “que mantinham uma relação amorosa entre si”, por “se considerar fortemente indiciada a prática, em co-autoria material e em concurso efectivo, de pelo menos 28 crimes de burla qualificada, fazendo desta actividade ilícita modo de vida”.
“Dos autos resulta que, entre dezembro de 2012 e dezembro de 2017, os dois arguidos, em harmonia com o plano por si delineado, publicitaram o arrendamento de imóveis, através da internet, apresentando fotografias dos mesmos e fornecendo por correio electrónico as informações que lhes eram solicitadas pelos interessados, assim dando credibilidade à sua actuação e criando a convicção naqueles que seriam concretizados os mencionados arrendamentos”,refere a mesma nota.
De acordo com uma nota da PJ, as detenções figuram ainda o crime de branqueamento.
"Os factos, que se encontram a ser investigados por esta Polícia desde 2017, reportam-se à prática reiterada de burlas relacionadas com o arrendamento de imóveis através da internet, nomeadamente na zona da Nazaré e do Algarve, sem o conhecimento e/ou consentimento dos seus verdadeiros proprietários e têm vindo a ocorrer desde 2014 até à actualidade", explica a nota da PJ.
As vítimas, oriundas de todas as zonas do País, "sinalizavam os arrendamentos através de transferências bancárias para as contas indicadas pelos suspeitos e só se apercebiam do logro quando estes deixavam de responder aos respectivos contactos".
Segundo o Ministério Público, “posteriormente os arguidos exigiam a transferência para uma das contas bancárias por si tituladas, de um valor que oscilava entre os 25 euros e os 640 euros, alegando que tal era prévio à efetivação do arrendamento do imóvel, sendo que os mesmos nunca foram concretizados”.
Até ao momento, refere a PJ, encontram-se identificadas 46 situações enganosas, envolvendo "um total contabilizado de cerca de 10.900 euros, havendo ainda outros inquéritos em investigação".
O arguido aguarda julgamento em prisão preventiva e a arguida está obrigada a apresentações tri-semanais no posto policial da sua área de residência.
A investigação prossegue sob direcção do DIAP de Leiria, com a coadjuvação do Departamento de Investigação Criminal de Leiria da PJ.