Desporto
Coordenador de natação de competição nega acusações de humilhação e abandono a atleta menor
João Paulo Fróis afirma que a praxe de cortar o cabelo é antiga, mas feita pelos colegas mais velhos e apenas com o consentimento dos atletas. Nega todas as acusações e acusa o Bairro dos Anjos de “retaliação para o facto de alegadamente estarem a perder atletas”
O coordenador de natação de competição do Bairro dos Anjos (BA), João Paulo Fróis, suspenso por ser acusado de “humilhar e abandonar” um atleta menor que se recusou a participar numa praxe, em Junho, em Espanha, nega todas as acusações.
Num comunicado enviado esta manhã às redacções, João Paulo Fróis escreve que “não é verdade que tenha alinhado e in
centivado qualquer violência psicológica ao atleta em questão, sendo igualmente falso que tenha promovido a sua humilhação pública” ou “abandonado, como as testemunhas confirmam em sede do processo disciplinar”.
De acordo com o técnico, “há muitos anos que a recepção dos atletas mais novos na sua primeira experiência internacional é feita por iniciativa dos atletas mais velhos através do corte de cabelo”.
No entanto, acrescenta, “o corte de cabelo tem de ser sempre autorizado pelo atleta” e, neste caso, “a sua vontade foi obviamente respeitada pelos colegas mais velhos”.
João Paulo Fróis acusa o Bairro dos Anjos de ter “omitido” o facto do treinador do atleta estar presente e continuar a trabalhar no clube, bem como “o depoimento dos atletas que confirmaram ter realizado a praxe, de forma pacífica e sem a intervenção” do coordenador.
O coordenador de natação assume que está a ser alvo de um processo disciplinar e foi suspenso, mas afirma ainda que “até à data não foi notificado de qualquer processo crime”, nem “impedido pelo Ministério Público de contactar com crianças”.
“É manifesto e inequívoco que o BA, em conluio com os pais da criança alegadamente agredida e abandonada, como retaliação para o facto de alegadamente estarem a perder atletas, decidiram, no dia 26 de Setembro, divulgar os factos que integram a nota de culpa do processo disciplinar que foi instaurado há meses”, atira, garantindo ser “totalmente alheio” às acusações de “estar a convencer os atletas a desvincularem-se do clube”.
Depois das notícias publicadas na segunda-feira, João Paulo Fróis assume ainda ter recebido “mensagens ofensivas e ameaças à integridade física e moral, quer nas redes sociais, quer via ‘Whatsapp”’.
No comunicado com 35 pontos enviado e assinado pelo técnico, acrescenta-se que “tendo em conta a gravidade e falsidade de tais informações”, foi “instaurado um procedimento criminal contra os membros da direcção do BA que, publicamente, as proferiram”, bem como contra “os meios de comunicação social que, sem a autorização do signatário, decidiram publicar o seu nome e a sua fotografia”.
No final, João Paulo Fróis enaltece ter “formação qualificada de nível III e uma longa experiência no ensino e treino de natação no alto rendimento”, recorda que “colocou a sua experiência e saber ao serviço do Bairro dos Anjos desde 2008” e lembra que foi sob sua orientação que “o distrito de Leiria viu, pela primeira vez, equipas na primeira divisão nacional”, “que vários atletas atingiram recordes, ganharam inúmeros prémios e distinções, participaram em jogos olímpicos, em campeonatos mundiais e nacionais”.