Sociedade
Centro de Recursos para a Inclusão Digital irá marcar presença em festival literário no Brasil
O Festival Literário Internacional de Poços de Caldas, denominado Flipoços, é um dos festivais mais antigos do Brasil direccionado para pessoas com necessidades específicas
O Centro de Recursos para a Inclusão Digital (CRID), da Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria, vai marcar presença na 19.ª edição do Festival Literário Internacional de Poços de Caldas, que se realizará de 27 de Abril a 5 de Maio, em Minas Gerais, no Brasil.
Para o Flipoços, que é um dos festivais mais antigos do Brasil direccionado a pessoas com necessidades específicas, o CRID desenvolveu um flyer em braille com texto aumentado, destinado a pessoas cegas ou com baixa visão, vários pictogramas para pessoas com algum tipo de deficiência intelectual e ainda, um código Quick Response (QR) que remete para um website onde estão disponíveis versões áudio e vídeo em Libras, a Língua Gestual Brasileira.
A coordenadora do CRID, Célia Sousa, irá participar em duas mesas redondas, a primeira no dia 30 de Abril, que irá debater o tema Literatura, Inclusão e Inteligência Acessível, onde a coordenadora da equipa do Instituto Politécnico de Leiria (IPL) terá a oportunidade de “partilhar a sua experiência enquanto autora de sete livros multiformato”, explica a instituição de ensino superior num comunicado de imprensa.
A segunda mesa redonda irá decorrer no dia 2 de Maio, abordará a Literatura Acessível e Inclusiva, sendo ainda apresentado o livro Experiências no/do processo de Inclusão de Pessoas com Deficiência (PcD) em Portugal, escrito pelo professor Alan Damasceno, que durante um ano estudou o CRID, e mostra a história do centro ao longo de 17 anos e o seu impacto na sociedade portuguesa.
Será ainda exibido o documentário Coisas boas acontecem, que “junta três mulheres que acreditam que podem fazer a diferença na vida das pessoas”, no qual Célia Sousa participa. Esta responsável considerar que a temática da acessibilidade comunicacional é cada vez mais falada. No entanto, “ainda há um longo caminho a percorrer para termos uma sociedade mais equitativa e acessível a todos”.
A curadora do festival Flipoços, Gisele Ferreira, enalteceu o trabalho realizado pelo centro do IPL, realçando que as “acções de acessibilidade sempre foram uma preocupação do festival, mas este ano a colaboração com o CRID fez toda a diferença”.
O CRID é já considerado uma “uma referência internacional na área da inclusão”, tendo sido premiado nacional e internacionalmente.
Do trabalho realizado destaca-se a criação da primeira biblioteca braille no ensino superior do País, a adaptação regular de obras literárias para braille, a criação do primeiro guião multiformato a nível mundial destinado ao Mosteiro da Batalha, a dotação de todos os espaços de restauração da Praça Rodrigues Lobo, com ementas multiformato e o desenvolvimento de folhetos inclusivos do Itinerário Jubilar de Fátima em 2017.
Contribuiu ainda para que a comunicação da Jornada Mundial da Juventude em 2023 tenha sido mais acessível, através do desenvolvimento de materiais inclusivos.