Sociedade

Aviões privados de empresários já estão a aterrar em Monte Real

6 jun 2018 00:00

Fórum pela abertura da BA5 a voos civis realiza-se dia 18 em Leiria.

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Raul Castro assegura que há "três grupos de investidores interessados" em suportar uma operação de voos comerciais de passageiros na base de Monte Real (BA5), se o Governo autorizar a partilha da infraestrutura militar actualmente ao serviço exclusivo da Força Aérea.

O presidente da Câmara de Leiria e da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria espera em breve reunir com a tutela. "O que o ministro nos disse foi arranjem o estudo, arranjem investidores. Temos. Há três semanas pedi reunião para dar conta do que é que temos e como é que o processo vai ser tramitado. Ainda não tive resposta".

Declarações produzidas anteontem, no Fórum Desafios e Oportunidades do Eurobic, com o autarca a reafirmar o valor do investimento necessário: "De arranque, 20 milhões".

Depois do avião com a bandeira do Vaticano, que no ano passado trouxe o Papa Francisco até Monte Real, outros aparelhos civis estão a utilizar a BA5, garante Raul Castro. "Temos empresários que têm os seus aviões, que pedem autorização a Monte Real e aterram lá, fazem as reuniões com os fornecedores, vêm ter aqui com as empresas que lhes fornecem aquilo que pretendem, e depois regressam no seu avião para as suas origens".

No próximo dia 18 de Junho, a pretensão de abertura da BA5 a voos comerciais de passageiros com carácter regular é o tema de um encontro aberto ao público, com "algumas personalidades de âmbito nacional" que vão falar "das vantagens para a região" associadas ao projecto, com apresentação do estudo de viabilidade.

Entretanto, o lobby passa também pelo tecido industrial localizado no distrito de Leiria e no concelho de Ourém. "Estamos a pedir apoio aos nossos empresários, está já a circular uma carta tipo para ser feita em papel timbrado das empresas, para depois nos devolverem, para juntarmos a um dossier e apresentarmos ao primeiro-ministro", adianta Raul Castro.

Os estudos encomendados pelos municípios de Leiria e da Marinha Grande a uma consultora internacional apontam para várias âncoras que podem alimentar a procura. Fátima, o património classificado pela Unesco (mosteiros da Batalha e de Alcobaça, Convento de Cristo em Tomar e Universidade de Coimbra), o património nacional (castelos), o turismo das ondas na Nazaré e em Peniche, a comunidade emigrante e a indústria com vocação exportadora, lembrou anteontem o presidente da Câmara de Leiria. "Um conjunto de factores que justificam plenamente" um aeroporto regional internacional, na óptica de Raul Castro, para quem o objectivo não concorre com a pasta do aeroporto de Lisboa e a anunciada expansão no Montijo.

Em Monte Real, os estudos alertam para a obrigatoriedade de intervir na pista de aterragem, de modo a evitar o desgaste que seria provocado por aviões de maior porte. A estimativa de investimento de 20 milhões de euros inclui ainda a instalação de uma placa de ligação entre a pista e o terminal e a construção do próprio terminal de passageiros, explica Raul Castro. Mas "a decisão tem de ser do Governo".