Covid-19
Autoridade de Saúde identificou casos de Covid com origem na Palace Kiay
Proprietário do espaço de diversão diz cumprir regras e recusa existência de foco
Ana Silva, delegada de saúde de Leiria, conta que, nas últimas semanas, têm sido detectados casos de Covid-19 cuja origem será a discoteca Kiay, na fronteira dos concelhos de Leiria e Pombal.
Muitos são emigrantes que vieram passar férias a Portugal, adianta a médica de saúde pública, estando convencida de que foi dada ordem de encerramento ao espaço.
“Tenho doentes que dizem que estiveram sentados e que apenas retiraram a máscara para comer. Mas, mesmo sentados, passam a noite inteira a comer e não a voltam a colocar.”
A delegada assegura que os casos de infecção relacionados com o espaço de diversão se têm sucedido a ritmo diário.
O comando da GNR de Leiria informa que foi contactado pela Autoridade de Saúde no dia 17 de Agosto, “dando conhecimento que estavam a surgir muitos casos de Covid-19, cujo factor comum seria a presença de infectados na Palace Kiay”, mas a força policial garante que não chegou um pedido de encerramento do espaço.
“Foram feitas duas fiscalizações às máscaras, lotação, teste e certificado digital, nos dias 19 e 22, e cumpriam as regras da DGS”, explica o capitão Diogo Mendes.
Do lado da Kiay, o proprietário, Jorge Duarte, garante que a sua equipa está “toda de saúde” e que não sabe de “qualquer foco na Kiay”.
“A época de Verão terminou a 22 de Agosto, com a partida dos emigrantes. Agora, vamos para férias e só reabriremos em Outubro, com as novas regras da Direcção-Geral de Saúde (DGS).”
“Alguém pode ter visto o estacionamento cheio de carros no dia 25, mas eram clientes do restaurante da minha irmã, que existe ao lado, que também fechou para férias”, explica.
Na zona abrangida pelo Agrupamento de Centros de Saúde do Pinhal Litoral (Batalha, Leiria, Marinha Grande, Pombal e Porto de Mós), Ana Silva diz que os casos têm sido tantos que se tornou difícil concluir os processos diários que chegam aos delegados de saúde.
A médica aponta como causa de tantas infecções por SARS-CoV-2, “aquele querido mês de Agosto”, ou seja, as reuniões, almoços, jantares e festas familiares com emigrantes, onde não são cumpridas as recomendações da DGS.