Sociedade
Associação comercial da região de Leiria quer fim das portagens na Variante da Batalha
O presidente da ACILIS salienta que a abolição das portagens seria uma mais-valia para o comércio da região
O presidente da Associação de Comércio, Indústria, Serviços e Turismo da Região de Leiria (ACILIS) defendeu ontem a abolição das portagens na Variante da Batalha e disse que o “Governo pode dar uma excelente ajuda aos empresários”.
Citado numa nota de imprensa, Lino Ferreira afirmou que o empreendedorismo e o contributo que as empresas da região de Leiria dão para a economia nacional “são apenas dois de um conjunto de fatores que devem ser equacionados pelo Governo para abolir as portagens” naquela via.
Lino Ferreira salientou que, além de aliviar “os custos mensais das empresas, potenciava ainda mais o sector do turismo”, representando “uma mais-valia para o comércio da região, sobretudo nos territórios da Batalha, Leiria e Porto de Mós”.
O dirigente associativo disse sentir por vezes que estes territórios são relegados para segundo plano, “apesar da resiliência e dos investimentos dos empresários”. “A Variante da Batalha tem uma enorme importância para o turismo e para todo o tecido empresarial e comercial das regiões, por permitir acessos mais rápidos ao Castelo de Porto de Mós e ao Mosteiro de Santa Maria da Vitória, na Batalha”, adiantou.
Por outro lado, Lino Ferreira apontou que o fim das portagens permitiria também “o alívio do tráfego automóvel” do Itinerário Complementar 2 (IC2), onde “diariamente circulam milhares de viaturas”, ajudando “a prevenir acidentes, devido ao perfil da via em determinados locais”.
A Variante da Batalha ao Itinerário Complementar 2, também designada de Autoestrada 19, tem cerca de 14 quilómetros.
À agência Lusa, o presidente da ACILIS realçou que as mais-valias se estendem à mobilidade de pessoas, defendendo não fazer sentido a existência de portagens numa “distância curta, entre a cidade de Leiria, a Batalha e Porto de Mós”, onde existem “polos fortemente importantes na questão do turismo”, como também “na indústria e no comércio”.
“Na parte económica, [a abolição] é fundamental para a região”, declarou Lino Ferreira.
Questionado sobre que iniciativas vai tomar a ACILIS, com cerca de 1.800 associados nos concelhos de Leiria, Batalha e Porto de Mós, o dirigente explicou que, depois, em conjunto com outras entidades, será feita uma exposição ao Governo.
Em Junho, o parlamento aprovou, em votação final global, a proposta do PS para eliminar as portagens nas ex-SCUT e nos troços “onde não existam vias alternativas que permitam um uso em qualidade e segurança”.
O objectivo desta proposta, que entra em vigor em 1 de janeiro de 2025, é acabar com as portagens na A4 - Transmontana e Túnel do Marão, A13 e A13-1 - Pinhal Interior, A22 - Algarve, A23 - Beira Interior, A24 - Interior Norte, A25 - Beiras Litoral e Alta e A28 – Minho nos troços entre Esposende e Antas e entre Neiva e Darque.
No mês seguinte, o decreto foi promulgado pelo Presidente da República.
Antes, em Maio, a Assembleia Intermunicipal da Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria (CIMRL) aprovou uma resolução que recomenda ao parlamento a isenção de portagens na Variante da Batalha e em dois troços da Autoestrada 8. Na resolução, aprovada por unanimidade, lê-se que a Assembleia Intermunicipal da CIMRL deliberou recomendar à Assembleia da República para que realize “as diligências necessárias para aplicar uma isenção das portagens” na Autoestrada 19 e nos “troços entre Marinha Grande Sul e Leiria Sul” da Autoestrada 8, estes numa extensão de 13,9 quilómetros.
A Assembleia Intermunicipal é um órgão deliberativo constituído por elementos pertencentes às assembleias municipais dos concelhos que fazem parte da CIMRL (Alvaiázere, Ansião, Batalha, Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos, Leiria, Marinha Grande, Pedrógão Grande, Pombal e Porto de Mós).
Ainda nesse mês, a CIMRL pediu audiências urgentes à Comissão de Economia e ao ministro das Infraestruturas para discutir medidas de compensação após a escolha de Alcochete para localizar o futuro aeroporto internacional do País, entre as quais a abolição das portagens na Variante da Batalha e na A8, na Marinha Grande.