Sociedade
Agora em bronze, monumento pereniza a Revolta Vidreira de 1934 e o sacrifício das famílias da Marinha Grande
Arquitecto João Correia congratula-se com requalificação do monumento criado pelo pai
O Município da Marinha Grande inaugurou esta tarde a requalificação do Monumento ao 18 de Janeiro de 1934, agora totalmente passado a bronze e localizado na praça do Parque Mártires do Colonialismo, junto à Rotunda do Vidreiro, próximo do local onde esteva localizado.
Apresentação esta que foi inserida no âmbito das comemorações dos 25 anos do Museu Joaquim Correia.
Aurélio Ferreira, presidente da autarquia, disse tratar-se de um momento muito importante para a identidade da Marinha Grande, com a colocação da obra num local que permite uma "leitura de muito maior proximidade", e que garante "sentimento de pertença e de identificação com o monumento".
"Que seja um monumento de todos e de todas", desejou o autarca.
O arquitecto João Correia, um dos filhos do Mestre Joaquim Correia, aproveitou a ocasião para agradecer a todos aqueles que possibilitaram a requalificação da obra, passada a bronze, e transferida para este local, como o autor imaginou.
O material da sua preferência sempre foi o bronze, por ser aquele que melhor reproduz a modelação em barro e porque o mestre entendia que uma escultura em bronze era a forma de arte mais perene.
Mas estas obras "só permanecem se não forem esquecidas". E, ao contrário do que se passa noutros municípios, onde obras acabam em armazéns, "estamos a assistir a uma experiência do contrário", valorizou.
O seu pai foi muito sensível ao sacrifício das famílias da Marinha Grande. E este monumento representa a Revolta Vidreira de 1934, mas também o trabalho nas fábricas de vidro, onde também trabalhavam mulheres e crianças, apontou o arquitecto. Trata-se por isso de um monumento com uma faceta etnográfica, observou.