Editorial
Semear a música … abraçar o ambiente
Além da paixão, é fundamental o conhecimento, a experiência e a dedicação
A frase original de Thomas Edison não é literalmente assim, mas, no essencial, sugere que a excelência se pode alcançar com 1% de inspiração e 99% de transpiração.
É verdade que há talentos naturais, mas mesmo esses, se querem deixar a sua marca, têm de vestir o ‘fato de macaco’ em alguma altura da sua carreira.
E isso é válido tanto para um jovem aspirante a engenheiro informático, como para um candidato a uma profissão ligada à música e às artes.
Além da paixão, é fundamental o conhecimento, a experiência e a dedicação.
Vem isto a propósito de mais um projecto da editora Omnichord, que esta semana entrou em cena em pelo menos 12 escolas do concelho de Leiria.
Através desta iniciativa, batizada com o nome A música dá trabalho, artistas e bandas como David Fonseca, Surma,First Breath After Coma ou Whales foram convidados a actuar nos estabelecimentos de ensino, mas os alunos vão poder assistir a todas as movimentações inerentes à preparação de um concerto ao vivo e ficar a saber quem faz o quê para que as estrelas possam brilhar em palco.
A ideia, segundo Hugo Ferreira, fundador da Omnichord, é mostrar aos jovens que as profissões ligadas à música e às artes exigem esforço e dedicação, revelando, ao mesmo tempo, as actividades dos bastidores, “tantas vezes invisíveis”, que podem ir “do compositor ao contabilista, do escritor ao assistente de palco, da engenheira de som à técnica de luzes, passando pelo agente, programador, ‘manager’, ou gestora de redes sociais”.
Um projecto com alto teor pedagógico, apadrinhado por alguns músicos descobertos há quase uma década precisamente entre alunos do secundário de Leiria, que tem tudo para ser mais uma semente a germinar em terreno fértil e que, só por isso, já merece um vigoroso polegar ao alto.
E, por falar em sementes, esta semana o JORNAL DE LEIRIA associa-se às comemorações do Dia da Floresta Autóctone, que se assinalou na terça-feira, com a publicação de um caderno especial sobre o tema e a distribuição de sacos com sementes e bolotas de espécies autóctones.
O objectivo, depois da sensibilização, é incentivar os nossos leitores a serem parte activa na preservação da floresta nativa, a envolverem-se na causa ambiental e, porque não, semearem uma árvore agora, que mais tarde podem abraçar.
Sim, porque as árvores também merecem ser abraçadas.