Opinião
Produzir mais e melhor com jogos: serious games e gamificação
Podemos aprender com os jogos e transformar qualquer atividade
Portugal precisa de produzir mais e melhor, o que não significa trabalhar mais tempo.
Ou seja, quando trabalhamos temos de ser mais eficazes, eficientes e inovadores. O fruto do nosso esforço precisa gerar mais valor.
As organizações, instituições, empresas e os trabalhadores independentes precisam de se reinventar nesta era de incerteza e competição.
Empresas tentam capturar talento. Os melhores colaboradores são disputados e em certas áreas a luta é intensa para manter quem faz a diferença.
São muitas as possibilidades: aumentar salários, melhores condições de trabalho e outros benefícios. Mas tudo isto tem limites materiais.
Não é possível estar constantemente a aumentar salários e benefícios, por isso importa tornar o trabalho mais agradável e estimulante.
É aqui que entram os jogos.
Podemos aprender com os jogos e transformar qualquer atividade, de trabalho ou não, numa experiência mais agradável e cativante.
Podemos também pegar em jogos e fazer as devidas alterações para os usarmos como ferramentas de treino de competência, adaptados a cada realidade e utilizadores.
Entramos então nos serious games e gamificação, aplicáveis tanto a plataformas analógicas como digitais.
Com a gamificação introduzimos elementos de jogos em atividades que não são jogos, contribuindo para melhorar desempenhos e aumentar motivação.
Com os serious games, usamos jogos completos, em que ao jogar mudamos comportamentos, treinamos e aprendemos.
Podemos fazer processos longos ou mais curtos de qualquer uma destas abordagens.
A Leiria Business School tem sido pioneira ao explorar estas abordagens, especialmente em formações rápidas que servem de introdução ao mundo dos jogos para fins sérios.
Formações de utilização dos jogos para competências, incluídas no Mini-MBA, coaching e recursos humanos.
Tenho trazido a estas formações algumas das minhas experiências de utilização de jogos para projetos de motivação, criatividade, inovação e trabalho colaborativo.
Desde 2015 tenho aplicado, adaptado e desenvolvido os meus jogos para projetos europeus variados, desenvolvimento local, participação pública, planeamento, urbanismo colaborativo, natureza, sustentabilidade, terapêuticas e até nutrição.
Projetos em universidades, empresas, instituições públicas e entidades formadoras que pedem soluções para problemas concretos.
Como potenciar as relações humanas e identificar ideias de melhoria, criar produtos, casos de empresas de marketing, comunicação, turismo e produtos da área da saúde.
A experiência tem sido grande e seria difícil identificar todos os casos.
O processo é quase sempre o mesmo: definir os objetivos e fazer uma solução jogável para atingir objetivos de forma alternativa, tendo em conta o ambiente de utilização.
No entanto estas práticas ainda estão pouco disseminadas em Portugal.
Várias empresas e profissionais aplicam estas metodologias, mas quase sempre nos bastidores.
Vemos os resultados práticos, mas nem sempre o que os gera, muito menos como se faz.
Isto dificulta a consolidação da abordagem jogável, embora a realidade esteja a mudar.
Os mais jovens estão muito disponíveis para explorar o potencial dos jogos, quer como utilizadores quer como criadores.
Resta mobilizar as organizações. Há que jogar e experimentar para perceber todo o potencial.
Vamos a jogo?