Opinião
Participar para construir
Se há eleições que podem aproximar os eleitores dos eleitos, e vice-versa, são, por certo, as eleições autárquicas
Realizam-se, no próximo dia 26 do corrente mês de Setembro, as eleições autárquicas em Portugal.
São mais umas eleições livres e democráticas que permitirão aos cidadãos eleitores escolher quais os seus novos dirigentes das câmaras municipais e das juntas (e uniões) de freguesia, e quais os membros das assembleias municipais e assembleias de freguesia, com posterior impacto – face aos resultados de cada força política concorrente em cada município – no colégio eleitoral e na composição do Conselho e da Assembleia Intermunicipal.
Se há eleições que podem aproximar os eleitores dos eleitos, e vice-versa, são, por certo, as eleições autárquicas.
Mas, a verdade é que, apesar de o voto ser um direito e também um dever cívico, os cidadãos nem sempre o exercem, alheando-se bastas vezes do seu exercício, voltando ostensivamente costas a esta co-responsabilidade comunitária, preferindo amiúde ignorá-la ou reconduzir-se a uma mera postura crítica contra “eles” (os eleitos locais).
No concelho de Leiria – tomando agora apenas como referência as eleições para a escolha do executivo camarário – a percentagem mais baixa de votantes verificou-se em 2013 com 49,84 % e a mais alta em 1979 com 71,43%.
Ou seja, a afluência tem oscilado nos seus limites máximos e mínimos 21,59%, intervalando entre os 17.831 a 56.875 de cidadãos ausentes às urnas autárquicas leirienses, o que corresponde a um intervalo de 39.044 de eleitores relapsos, nestes limites que citei.
Ora, se levarmos em consideração que a principal força política e ganhadora das últimas eleições autárquicas de 2017 obteve 33.782 votos, correspondendo a oito (8) mandatos, facilmente se percebe que os 39.044 eleitores que atrás referi – que faltaram à chamada nas urnas de voto – se tivessem comparecido em massa poderiam ter alterado significativamente o quadro dos mandatos atribuídos, por força da aplicação do método proporcional de Hondt – seja qual fosse o sentido do seu voto.
O que quer dizer que o voto de cada eleitor conta efectivamente para decidir os destinos da sua autarquia.
Em conclusão, a democracia constrói-se participando, e os destinos da nossa comunidade podem ser alterados consoante o voto de cada um.
Por isso, caro cidadão eleitor, não arranje desculpas para não votar.
Dia 26 de Setembro, participe e vote. A democracia é também da sua responsabilidade.