Opinião

O Presépio

30 dez 2016 00:00

Se calhar por ter nascido raiana dou muita importância aos Reis Magos e a estrela é crucial para que eles não se percam no caminho.

Mais um 25 de dezembro chegou e de novo na minha festa se impôs a centralidade do Presépio iluminado, no meu céu, por uma estrela estrategicamente colocada num lugar próximo e cimeiro – num pinheiro. Se calhar por ter nascido raiana dou muita importância aos Reis Magos (no reino de Espanha são eles, cada um de sua etnia, que trazem os presentes, mas carregados de simbolismo) e a estrela é crucial para que eles não se percam no caminho.

É que se em pequena, a espera pela chegada dos Reis me permitia prolongar por mais uns dias o bonito e mágico espírito do Natal, mais tarde, já crescida, eles revelaram-se-me uns potentes aliados na decisão de colocar, na minha festa, o Pai Natal (e não o São Nicolau) no lugar que lhe compete - no lugar de um figurante vindo do estrangeiro a mando dos mercados- e de regresso ao meu Natal este ano algo de novo me aconteceu!

Quando estava a construir o Presépio deixei-me transportar sem querer para Allepo e a colocação no musgo de cada uma das figuras da família do Menino Jesus foi acompanhada de uma dor imensa – senti-me claramente a colocar, em vez de figuras de barro, pessoas concretas num ambiente desconfortável, com frio, fome e sede, completamente desprotegidas e sem escape num cenário de guerra.

*Professora
*Texto escrito de acordo com a nova ortografia

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