Opinião

O caso SIRESP

25 set 2017 00:00

Vou aproveitar o tempo que resta até ao fim do ano para fazer alguma revisão da matéria dada e tratar alguns temas da actualidade, mas recorrendo a escritos meus de alguns anos atrás.

Posso fazê-lo, porque tendo escrito milhares de textos para jornais e revistas ao longo de mais de vinte anos, posso evocar sem receio quase tudo aquilo que escrevi.

Comecemos pelos incêndios de Pedrogão Grande, a maior tragédia humana da nossa democracia, em que falhou quase tudo, incluindo o sistema de comunicações do SIRESP, cuja aquisição teve a decisão final de António Costa durante o primeiro governo de José Sócrates, quando já eram conhecidos os problemas técnicos, financeiros e éticos, como a corrupção que denunciei num texto publicado a 19 de Maio de 2005 e onde escrevi o seguinte: “Há dias, acerca do caso da adjudicação do material de comunicações para as forças de segurança, no valor de 538 milhões de euros, decidida por um ministro do anterior governo, perguntei ao presidente de uma multinacional do sector, a operar em Portugal, a razão porque não tinham participado no concurso público, ao que ele respondeu, sem pedir segredo, que a sua empresa, como outras do mesmo sector, sabiam que o concurso estava organizado para ser ganho pela empresa a que o ministro estava ligado.”... “Depois perguntei qual, na sua opinião, seria o valor correcto da adjudicação ao que ele me respondeu: no caso de se tratar do melhor material e do sistema mais exigente, cerca de metade do valor adjudicado.” Terminei então o parágrafo com um desafio: “Que tal uma explicação politicamente correcta?&rdq

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