Opinião
Negócios de lixo
E tal é a quantidade de “lixo” que recorrentemente é varrido para debaixo do tapete orçamental que volta e meia tropeçamos nele e caímos…
O título desta crónica provavelmente fez o caro leitor pensar na quantidade de negócios e negociatas que têm vindo à baila nos últimos tempos.
Das tramóias do senhor Berardo aos esquemas com compras de submarinos, há uma quantidade de negócios que deram em “lixo”… que é como quem diz, prejuízo para o erário público!
E tal é a quantidade de “lixo” que recorrentemente é varrido para debaixo do tapete orçamental que volta e meia tropeçamos nele e caímos…
Mas o lixo de que falo no título desta crónica é bastante mais literal. Falo dos resíduos sólidos urbanos, que são recolhidos nos contentores e ecopontos espalhados um pouco por todo o país.
À primeira vista poderá parecer que é uma atividade pouco interessante, um mal necessário para a vida em sociedade. E se em tempos foi assim, porque o lixo não era tratado e apenas representava um custo recolhê-lo e transportá-lo para um qualquer depósito a céu aberto, atualmente o cenário é muito diferente.
Nos anos 1990 passou a olhar-se para o lixo como um recurso com valor. É nesta altura que surge a reciclagem dos materiais como o vidro, o papel e o metal.
Mas é também nesta altura que se inicia o aproveitamento do lixo como gerador de energia, quer através da incineração quer da produção de biogás. Foi assim que, aos poucos, se foi construindo em Portugal um importante negócio.
Aliás, a maior empresa do setor, responsável por tratar o lixo de cerca de dois terços da população, foi privatizada em 2014 por cerca de 150 milhões de euros. Mas o negócio de lixo está longe de ser um negócio exclusivo português.
É, aliás, um negócio à escala mundial, que envolve importações e exportações, como qualquer outra matéria.
O volume é de tal forma relevant
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