Opinião

Mas o que vem a ser isto?!

28 jan 2016 00:00

Cá em casa somos, considerando-me um, dois adultos, duas crianças, dois gatos e uma bicicleta parada. Eu normalmente tenho 35 anos, esporadicamente tenho 25, e, mais vezes do que gostaria, 57. A Rita tem quase sempre 34. O Zé Ninja tem 3 anos e a Xoninhas 3 meses. Somos todos mais ou menos normais, e como sabem, a normalidade é a nova excentricidade.

Sim, adormecemos os miúdos ao colo e a abanar, se for preciso. Sim, deixamo-los dormir na nossa cama, de vez em quando. Não os deixamos a chorar para eles aprenderem o quer que seja, muito menos a deixar de chorar. Andamos sempre ligeiramente atrasados (tipo… uma hora) e esquecemo-nos sempre de alguma coisa, porque a logística é um ramo complexo da física quântica, como sabem. Aguentamos as avós a dizerem que os meninos têm frio, fome, ranho, calor, sono e a camisola molhada com algo entre um sorriso amarelo e um rosnar e pertencemos à classe de humanos que levantam outros humanos mais pequenos à altura do nariz para lhes cheirarmos o rabo. Se estiver mau tentamos passar o problema a outro. Ok, isso sou mais eu!

Não publicamos fotos deles nas redes sociais, porque a internet é mal frequentada e está à pinha de raptores maléficos, preferimos vir para o jornal partilhar com essa ilustre entidade que é o leitor, histórias de interesse duvidoso, à laia de big brother de trazer por casa. A coerência é hoje uma coisa volátil. Escolhemos não lhes bater em circunstância alguma, e até agora temos conseguido, com dificuldade e algum trepar de paredes. Não criticamos quem o faz, cada um... Quem é que quero enganar? Criticamos sim senhor!

Se os miúdos não comerem a horas não é o fim do mundo e se não tomarem banho todos os dias também não. Dois macaquitos pendurados no nariz é sinónimo de sucesso (há de certeza um estudo qualquer que valide isto).

Calma, não liguem já para a Segurança Social. A não ser que lhes queiram pedir para pagar o raio da licença de paternidade aqui ao menino. Um gajo arma-se em moderno e fica a arder, eu vi logo. Um dia destes ainda lhes mando uma carta a dizer que lhes penhoro as contas e os carros. Bom (ler à novo PR)! Aqui os miúdos têm o mais importante, amor, atenção, um biberon morninho e um pai do caraças. São felizes e nós, tirando quando andamos pela casa à noite tipo zombies, a aquecer leite, a chocalhar bebés e a mudar fraldas em braille, também.

Vamos estar por aqui semanalmente, numa semana a pessoa que sabe e que tem sempre razão, e na outra a minha querida esposa, em modo cólica crónica parental, uma espécie de farol fundido na vossa vida de pais ou de pessoas com juízo.