Opinião
E agora?
Como tinha anunciado, não posso deixar de voltar ao tema dos incêndios no Norte do distrito de Leiria, cerca de 45 dias depois desta enorme tragédia.
Em primeiro lugar, continuo sem perceber como é possível, decorrido todo este tempo, e com tantas dúvidas e contradições, que, do ponto de vista do Governo, ainda não tenha existido uma explicação cabal do que realmente se passou no dia 17 de Junho.
Não percebi, ainda, como foi possível que o Comandante Nacional Operacional não estivesse no terreno e até foi possível, esse facto curioso, a descida no comandamento, com a transmissão de funções do 2.º Comandante Nacional para os Comandantes Distritais!
Volto a afirmar, isso é o mínimo que se exige em honra e memória de todas as pessoas que perderam a vida duma forma inimaginável! E com tantas reuniões de trabalho, também era muito bom que começassem a chegar os apoios efectivos para que dentro do possível se vá fazendo o caminho da reconstrução e da procura de uma normalidade que demorará tempo a encontrar.
Depois, espera-se que este possa ser um tempo de elaboração de uma estratégia que verdadeiramente seja potenciadora e diferenciadora destes territórios. Não deveria ter sido necessário esta catástrofe, com destruição do património natural e de vidas humanas, para que, de uma vez por todas, quem nos governa se lembre dos territórios de baixa densidade!
E para quem, como eu, que há vários anos venho sinalizando estas matérias, fica profundamente desiludido com aquilo que parecia ser uma boa intenção do actual Governo, a constituição de uma Unidade de Missão para o Interior, cujo resultado foi a apresentação de um pífio Programa Nacional para a Coesão Territorial, que até permitiu que a sua Presidente entendesse que havia chegado ao fim a sua tarefa.
E o que dizer dessas 164 medidas? Quais podem ser imediatamente aplicadas e operacionalizadas? O que vai contrariar a falta de material médico no Centro de Saúde de Castanheira de Pêra, no momento em que foi preciso socorrer pessoas e não existi
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