Opinião

Divagações de Verão

4 ago 2023 16:41

O dinheiro ainda não compra tudo e não é, por isso, o único critério

Meu Caro Zé, 
É a altura do silly season mas, tal como as alterações climáticas, creio que o silly já não é específico desta estação. Por isso, sem deixar de ser fiel ao espírito da silly, opto por, lembrando os nossos velhos tempos, oferecer-te um tipo de “Jornal de Atualidades”, com aquela rubrica “Assim vai o Mundo”, em estilo de potpourri.

Assim, olhamos para a “pantalha” (aqui a substituir o écran de cinema) e temos surpresas constantes, sem falar da confusão de mistura de imagens em que o que diz o “pivot” pode nada ter a ver com as imagens que correm ao lado. É que ainda não aprenderam que as imagens de arquivo têm sempre de ser assinaladas como tal. Senão, temos uma inevitável pergunta do tipo: “Afinal ela (ou ele) está ali?”.

Antes de ter tido esta ideia, estava para abordar um tema que intitularia “Lá como cá!”. Refiro-me às eleições espanholas que, tal como cá, alegadamente são para eleição do primeiro-ministro (não são para eleger deputados?). Deputados, isto é, “pessoas”, não símbolos de partidos.

Afinal os que tiveram menos votos como putativos primeiros ministros acabam (acabará também Pedro Sanchez?) por ser eles os “eleitos”. E isso já estava na “cara” e nos “saltos” de Pedro Sanchez, como em 2015 estava na cara de satisfação de António Costa (aqui tinha de entrar uma imagem de arquivo). A assinatura na construção de “geringonças” e as famosas “linhas vermelhas” (às vezes mudam de cor) é o que dão!

Mas eis que o futebolista francês Kylian Mbappé, de 24 anos de idade, dá nega aos sauditas, não aceitando 700 milhões de euros “limpos” por 11 meses de contrato, deixando o “patrão”, PSG, a ver voar os 300 milhões que esperava receber pela “venda” e a “Mairie” de Paris, Anne Hidalgo, mais feliz (mas não se esqueça do Real Madrid!).

Quando comentava a decisão de Mbappé, um dos meus netos mais novos disse: “Avô, ele faz muito bem!” Já tem dinheiro que chegue e quer é continuar a jogar em clubes capazes de dar títulos e ser o melhor jogador do mundo”.

Afinal, Zé, o dinheiro ainda não compra tudo e não é, por isso, o único critério. Mas pesa! Basta ver que a atleta queniana Kipyegon bateu no espaço de cerca de dois meses 3 recordes mundiais de atletismo, a que correspondeu um prémio de 180 mil euros. Ele há desporto e “desporto”!

Até sempre.